Zona da Mata e Vertentes têm quase 300 registros de estupros a crianças e adolescentes em 2018
19/05/2018 06:23 em REGIÃO

 

Casos de estupros a crianças e adolescentes estão aumentando em todo o Estado. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), foram registrados 3.216 ocorrências desse tipo em 2016. No ano anterior, foram 2.811. Só entre as cidades da Zona da Mata e Campo das Vertentes, ocorreram 299 casos apenas em 2018.

As cidades que mais tiveram registros na região foram Muriaé, Leopoldina, Cataguases, Ubá, Viçosa e São João del Rei. Em Juiz de Fora, um dos casos teve como suspeito um familiar das vítimas. O tio de duas crianças abusou sexualmente delas.

A mãe das vítimas contou, em entrevista ao MGTV, que ele trabalhava como pedreiro em uma obra na casa da família e aproveitou a aproximação para abusar de duas meninas, de sete e 12 anos.

“Minha filha passou pelo psicólogo e falou. Até então eu não sabia da mais nova. Ela (a mais nova), com os olhinhos cheios d’água, falou assim: ‘Mãe, ele fez a mesma coisa comigo’. Não houve conjunção carnal, mas ele chegou a ficar pelado na frente da minha menina. Hoje em dia as minhas filhas passam por um grande trauma”, revelou a genitora, que teve a identidade preservada.

Para tentar garantir direitos de crianças e adolescentes vítimas de violência, foi sancionada uma lei para integrar polícias, Justiça e conselhos. Os órgãos terão que executar ações de proteção na família e vivência social das vítimas.

 

O texto determina, inclusive, a realização de campanhas de conscientização e cria um novo tipo de crime: a violência institucional. Para isso, devem ser criados juizados e varas especializadas.

Crianças e adolescentes serão mais protegidos desde a investigação até o fim de cada processo. Testemunhas também ganham mais proteção, conforme a nova lei. É justamente neste ponto que o texto é questionado. Para o delegado adjunto, Sérgio Luis Lamas Moreira, a lei esbarra na falta de infraestrutura de acolhimento e combate aos crimes.

“O principal ponto que eu coloco é o investimento público para que essa contratação de pessoas especializadas, conforme a legislação prevê, para que dê maior efetividade ao que está previsto”, disse.

Já o conselheiro Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente, Claudinei dos Santos Lima, diz que o texto não propõe prevenção dos casos.

“O que precisa, talvez, é ser aperfeiçoado o que existe em detrimento de criar coisas novas, e o que precisa ocorrer é a permanência dessas políticas”, afirmou.

 

Fonte:  G-1 Zona da Mata

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