Santa Casa de Juiz de Fora divulgou nesta segunda-feira (16) que recentemente tratou de uma bebê que nasceu quando a mãe estava na 26ª semana de gestação, pesando apenas 560 gramas. Segundo a entidade, este foi o caso de menor peso já registrado na história da instituição.
A pequena Ana Luíza nasceu em novembro do ano passado e nem todos os órgãos estavam completamente formados. Durante os meses em que esteve internada, a bebê teve que ser alimentada por sonda. O procedimento substituiu a amamentação e ajudou no controle da pressão e na nutrição, evitando que a recém-nascida tivesse perda de peso e adquirisse algum tipo de infecção.
A pediatra Denise Rangel disse que todo cuidado é pouco em casos de crianças prematuras e que por isso foi preciso reproduzir o ambiente do útero da mãe ao longo do processo de recuperação, já que a criança ainda não estava preparada para nascer.
“Colocamos pano sobre a incubadora para ficar escuro, posicionamos o bebê, tudo para deixá-lo o mais próximo do ambiente uterino”, comentou.
Para Katiana Campos, mãe de Ana Luiza, que está com a filha em casa desde junho, o sentimento é de gratidão. “Só tenho a agradecer aos médicos, à enfermagem e até mesmo as meninas da limpeza. Naquele momento, cada palavra, cada sorriso nos dava esperança”, conta.
Susto
Susto foi o sentimento que resumiu a mãe quando a filha nasceu. Ela não sabia ao certo o que seria da saúde da própria filha e ainda demorou a vê-la na terapia intensiva.
"As expectativas de sobrevivência eram mínimas. Os pulmões não estavam bem formados, mas não dava para esperar mais pra ela nascer. E depois a gente só imagina coisas ruins quando pensa em CTI, mas vi que não é assim” , lembrou Katiana.
Ao todo foram seis meses de internação. De acordo com a pediatra Denise Ragenl, para o tratamento Ana Luiza precisou de várias medidas para evitar a perda de peso e melhorar a resposta contra infecção. Ainda assim, a alimentação através do leite materno foi fundamental, pois “é como vacina para o bebê”.
E apesar das dificuldades que viria a enfrentar após o nascimento de Ana Luiza, a mãe contou também sobre a emoção que teve ao dar à luz.
“Quando a Ana Luiza nasceu eu chorei muito junto com minha irmã e meu marido, que me acompanharam. Foi uma emoção muito grande, um sentimento inexplicável que só quem dá à luz sabe como é”, comentou.
Katiana também agradeceu o apoio da equipe da Santa Casa. “Só tenho a agradecer aos médicos, à enfermagem e até mesmo as meninas da limpeza. Naquele momento, cada palavra, cada sorriso nos dava esperança”, concluiu.
Casos
Conforme a Santa Casa, mesmo que este tenha sido o caso de menor peso registado na unidade, outras crianças nascidas com 580 e 700 gramas já foram cuidadas pela equipe no mesmo período. Foram três casos e todos os bebês tiveram alta sem nenhum tipo de sequelas.
Fonte: G-1 Zona da Mata