Promotor vai até à Escola Dr. Norberto em Cataguases e cria lista para coibir venda de vagas
12/12/2018 06:13 em REGIÃO

 

A fila que se formou em frente à Escola Estadual Dr. Norberto Custódio Ferreira desde a noite desta segunda-feira, 10 de dezembro, e que hoje pela manhã, já contava com 81 pessoas, recebeu na tarde desta terça-feira, 11, a visita do promotor de justiça da Infância e Juventude e de Defesa da Educação da Comarca de Cataguases, Gustavo Garcia Araújo, além de duas viaturas da Polícia Militar. O motivo de sua presença no local foi a denúncia -reforçada com matéria publicada neste site (leia aqui) revelando haviam pessoas que estavam na fila apenas para negociar o lugar com algum interessado em matricular seus filhos. O site apurou que cada vaga estaria sendo oferecida por R$ 250,00.
 
imageAquela escola vai abrir na próxima segunda-feira, 17, o período de matrículas para o preenchimento de 135 vagas. A exemplo do que ocorre anualmente, em poucas horas todas serão preenchidas graças a esta fila que a cada ano começa mais cedo e vem trazendo transtornos para os que nela estão, bem como os profissionais que trabalham naquele colégio e seus alunos. Afinal, não há qualquer infraestrutura para as pessoas como água ou banheiro. Este ano, professores e os próprios integrantes da fila disseram que ela teve início mais cedo porque ano passado muitos teriam perdido a vaga por não terem ido mais cedo para a porta daquele colégio.
 
O Promotor Gustavo Araújo, ao chegar ao local, encontrou-se com a diretora da escola, Alessandra Neves Vieira Menezes e a supervisora, Fernanda Guilhermino, em frente a porta da Doutor Norberto e definiram uma medida para coibir a presença de pessoas que estivessem na fila apenas para negociar seu lugar. Ele explicou aos presentes que aquele tipo de venda poderia "configurar inclusive estelionato porque estariam fazendo a escola crer que ali estavam pais de alunos, quando na verdade, eles estavam obtendo vantagem ilícita em prejuízo daquele pai que efetivamente precisa da matrícula, e eventual crime contra a economia popular por abusar da fragilidade de quem não pode estar ali naquela fila", relatou.
 
Quando o Promotor chegou, tomou conhecimento de uma lista e distribuição de senhas feitas por alguns integrantes da fila, que ele proibiu sua continuação, além de identificar algumas pessoas que estariam negociando vagas. Em seguida a diretora elaborou uma relação com os presentes que apresentaram o nome do futuro aluno, sua data de nascimento e os nomes dos pais da criança, além de um documento da pessoa que está na fila comprovando sua ligação parental com a criança a ser matriculada. A cada três horas, de forma aleatoria, Alessandra ou algum funcionário da escola, vai atualizar aquela lista fazendo uma espécie de chamada para conferir se o interessado ainda está ocupando seu lugar, além de acrescentar novos nomes. Quem não estiver presente neste momento da conferência, perderá a vez.
imageGustavo Araújo disse que ao chegar em frente da Escola Dr. Norberto a fila já contava com 113 pessoas e que após a confecção da nova lista pela diretora da escola, este número caiu para 55. "O estado não pode realizar um cadastro com os nomes dos interessados, mas nós podemos organizar este processo de matrícula de forma que ele não vire um comércio porque todos tem o mesmo direito à Educação básica de qualidade", comentou. Alessandra falou que a solução encontrada foi a "melhor possível neste momento" e disse acreditar que agora não há mais espaço para venda de vagas na fila. A única queixa feita à reportagem foi quanto a ausência de um lugar que lhes forneça água para beber. Nesta tarde o sol esteve muito quente e a escola não pode permitir a entrada de pessoas estranhas ao meio durante o período de aula. 
 
 
 
Fonte: Marcelo Lopes
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