Segundo as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 135 milhões entre 2017 e 2023
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizam, nesta quarta-feira (28), uma operação contra empresas suspeitas de lavar o dinheiro da milícia de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à Polícia Federal na véspera de Natal.
Os agentes foram às ruas de bairros da Zona Oeste, como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Campo Grande e Santa Cruz, além do município de Seropédica, para cumprir 21 mandados de busca e apreensão ligados a nove pessoas físicas e seis jurídicas, alvos da investigação.
Segundo a polícia, o grupo paramilitar já movimentou cerca de R$ 135 milhões entre 2017 e 2023. A Justiça determinou a interdição de empresas suspeitas de envolvimento com a milícia e o bloqueio de bens móveis e imóveis.
Esta é a primeira operação realizada no Rio com apoio do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra). A força-tarefa, que conta com agentes da Polícia Civil e representantes de outros órgãos e instituições estaduais e federais, atua no combate a crimes financeiros e lavagem de dinheiro, asfixiando o tráfico e as milícias.
Agentes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) participam da ação.
Zinho
Atualmente, o chefe da milícia que domina a Zona Oeste do Rio se encontra preso no presídio Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, no Complexo de Gericinó. Zinho era considerado o criminoso mais procurado do Rio e estava foragido desde 2018. Em sua ficha criminal, ele soma 12 mandados de prisão por diferentes crimes. O miliciano se entregou na véspera de Natal após fazer negociações durante uma operação conjunta da Secretaria de Estado de Segurança e da Superintendência da Polícia Federal do estado.
O miliciano assumiu a liderança da organização criminosa que atua em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, em 2021, dois meses após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão e antigo líder do bando.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais. Antes de se tornar líder, Zinho integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade do grupo, ficando ligado a atividades de lavagem de dinheiro.
Foto: Divulgação/PCRJ
Fonte: Agência O DIA