O homem que sequestrou um ônibus e manteve 16 reféns por cerca de 3 horas na Rodoviária do Rio de Janeiro estava foragido da Justiça de Minas Gerais desde o ano passado, depois de ser condenado a 16 anos em regime fechado por roubar e matar um homem com golpes de facão em Goianá, na Zona da Mata mineira.
O crime aconteceu em 2015 e Paulo Sérgio de Lima chegou a ser preso, no entanto, foi solto no dia 24 de agosto de 2017, após receber um habeas corpus por ficar mais de 730 dias sem julgamento, realizado no dia 21 de dezembro do ano passado.
Morte com golpes de facão em 2015
Conforme o boletim de ocorrência do crime cometido em Goianá, que o g1 teve acesso, Paulo Sérgio de Lima matou Adriano Eduardo Sarmento em 18 agosto de 2015. A vítima foi encontrada caída dentro de um quarto da casa onde morava na cidade mineira. O facão foi encontrado no banheiro da residência.
Segundo testemunhas, a vítima morava no Rio de Janeiro, mas tinha costume de passar fins de semana em Goianá.
Paulo Sérgio foi preso e confessou o crime, alegando que o homem teria tentado violentá-lo. Ele ainda disse à PM que teria lavado os braços no banheiro do imóvel antes de fugir pela janela dos fundos.
No dia 21 de setembro do ano passado, houve o julgamento pelo Tribunal do Júri, sem a presença dele, que, desde então, passou a ser considerado foragido.
Outro crime no Rio de Janeiro
Em 2019, Paulo Sérgio foi preso em flagrante depois de assaltar passageiros de um ônibus, que seguia pelo túnel Rebouças. Ele tentou escapar fugindo entre os carros, mas foi preso.
No mesmo ano foi julgado e condenado a 8 anos de prisão em regime fechado. Em outubro de 2020, conseguiu o direito de progredir do regime fechado para o semiaberto. Em 2022, passou do semiaberto para a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Após mau uso do equipamento, o Ministério Público pediu, desde agosto de 2022, que ele retornasse ao semiaberto.
No fim de 2022, o equipamento de monitoração dele foi desativado, segundo apurações do jornalista Octavio Guedes. A justificativa é de que passou o prazo de 30 dias após a notificação à Justiça e o procedimento. Agora, o CNJ vai investigar por que sequestrador de ônibus não voltou à prisão após violar tornozeleira.
Fuga para Minas
À polícia, Paulo Sérgio disse que é ligado ao tráfico na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio e que, no domingo (10), teria ido à favela da Rocinha, na Zona Sul, região controlada pela mesma facção criminosa.
Ele se desentendeu, trocou tiros e baleou um traficante. Com medo de sofrer represálias, disse que se escondeu em hotéis da cidade até a tarde da terça, quando decidiu ir para Juiz de Fora. Ele ficaria na casa de familiares que moram na região mineira.
Duas pessoas que não têm relação com o sequestro foram à delegacia e apontaram Paulo Sérgio como um assaltante que agia na Rocinha e em São Conrado. Uma das testemunhas afirmou que ele roubou uma joia dela no domingo (10). Ele também é suspeito de roubar passageiros de uma van no mesmo dia.
Após se entregar depois do sequestro, ele foi detido e encaminhado ao sistema prisional do Rio.
Fonte: G-1 Zona da Mata