Alerta: período de chuvas aumenta o risco de proliferação do Aedes e sobrecarga na rede de saúde
DIVERSOS
Publicado em 18/11/2020

 

A intensificação das chuvas em Minas Gerais, nos últimos dias, traz o temor da proliferação do vetor da dengue – o Aedes aegypti – uma vez que o pico da doença acontece de dezembro a fevereiro. O temor é o de que, se as ações de combate não forem colocadas em prática, ocorra aumento expressivo de pessoas contaminadas e que podem buscar socorro impactando o serviço de saúde em meio à pandemia de Covid-19.

Neste ano, até a última terça-feira, 56.720 mineiros tiveram resultado positivo para a enfermidade. No total, 12 moradores morreram e outros 57 óbitos seguem sendo investigados, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Os números estão bem aquém do registrado em 2019, quando houve epidemia de dengue: 484 mil doentes em Minas. Mas a falta de cuidado pode fazer crescer </CW>os números e preocupa.

É o que afirma a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES, Janaína Fonseca Almeida Souza. Ela não descarta que um possível aumento de pessoas infectadas acabe sobrecarregando as unidades de saúde. “Agora é a hora de eliminar os locais de reprodução do vetor. Precisamos da ajuda da população, pois a maior parte dos criadouros está dentro das residências”.

Não precisamos de outra epidemia agora. É preciso combater o Aedes para evitar aumento dos casos”

José Geraldo Ribeiro, epidemiologista do Grupo Pardini

Proliferação

Nesse sentido, a chuva é um prato cheio para a proliferação do Aedes. “A fêmea deposita ovos em recipientes que podem estar secos. Se ela estiver contaminada, irá passar o vírus da dengue para esses ovos. Quando chega o período chuvoso, o recipiente enche de água, os ovos eclodem e nascem larvas do mosquito”, explica o epidemiologista do Grupo Pardini, José Geraldo Ribeiro.

A partir daí, são duas semanas para que os novos vetores comecem a fazer vítimas. 

José Geraldo diz que a preocupação é maior porque nos últimos cinco anos, em Belo Horizonte, houve grande circulação dos quatro vírus da dengue. Portanto, uma pessoa que seja novamente infectada, mas por um tipo diferente, tem grande chance de desenvolver a forma grave da enfermidade.

A melhor forma de se precaver é retirar os recipientes que acumulem água do imóvel. “O coronavírus nos ensinou que, para nos protegermos e protegermos outras pessoas, precisamos usar máscaras. Não é diferente com a dengue. Cuidando do nosso quintal, podemos cuidar das outras pessoas também”, ressalta Janaína Fonseca, da SES.

A única vacina disponível contra a dengue é oferecida apenas na rede privada. O imunizante só pode ser tomado por quem tem de 9 a 45 anos e testou positivo para a enfermidade anteriormente. “A vacina reduz a chance de o paciente desenvolver a forma grave dela. Para isso, o ideal é esperar seis meses da infecção para tomar a dose”, frisa José Geraldo.

 

 

Fonte: Hoje em Dia

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