Casa de Caridade Leopoldinense demite 28 funcionários após corte de verbas do Setor Covid
11/03/2022 12:22 em LEOPOLDINA

 

O encerramento das atividades do Setor Covid da Casa de Caridade Leopoldinense a partir do fim do repasse de recursos públicos resultou na demissão de 28 pessoas que trabalhavam no Hospital, dentre eles enfermeiros, técnicos de enfermagem, faxineiros, pessoal da farmácia e médicos.

As demissões começaram no dia 3 de março, logo depois da data que a direção da Casa de Caridade Leopoldinense confirmou que seus leitos de UTI e Enfermaria Covid deixariam de ser mantidos pelo Ministério da Saúde e/ou Governo de Minas, 28 de fevereiro.

De acordo com informações obtidas pela Redação junto a um dos funcionários demitidos pelo Hospital, muitos deles recebiam o salário básico e ao serem demitidos não tiveram nenhuma reunião com a administração.

“Os profissionais que colocaram o Hospital como referência, que lutaram, adoeceram, trabalharam dia e noite quando não tinha equipe foram mandados embora. São profissionais qualificados que salvaram várias vidas”, comentou um desses profissionais, que solicitou não ter o nome divulgado. “Simplesmente recebemos uma carta de demissão e nenhuma de reconhecimento”, lamentou, acrescentando que os profissionais que restaram estão trabalhando todos tensos, com medo de serem demitidos.

O Jornal entrou em contato com a Casa de Caridade Leopoldinense, que explicou que nos dois últimos anos precisou contratar muitas pessoas para o atendimento ao grande número de pacientes com Covid.

Segundo a CCL, com o fim do repasse dos recursos públicos para manter os leitos de Enfermaria e CTI Covid da instituição, que somente a folha de pagamento de pessoal custava R$ 250 mil reais por mês, mais as despesas com medicamentos, equipamentos, etc., o Estado não deu opção ao Hospital, que teve de fechar o seu Setor Covid.

A Reportagem também apurou que a Tesouraria da CCL constatou a necessidade da medida e não descarta a possibilidade de novas demissões, informando que foi feito um esforço para demitir o mínimo possível de pessoas.

A Casa de Caridade chegou a contar com 20 leitos na UTI Covid e outros 20 leitos na Enfermaria Covid, mas houve uma redução para 12 leitos de UTI e 10 de Enfermaria devido à diminuição no número de casos da doença registrado antes do surgimento da variante Ômicron. “Nesse período a CCL precisou inclusive transferir pacientes para o Hospital de Cataguases”, relatou a Provedora Vera Pires, frisando que o Hospital não aguenta bancar todo o valor necessário para manter os leitos Covid.

A prefeitura de Leopoldina paga R$ 400 mil reais mensais à Casa de Caridade pelo convênio com o Pronto-Socorro Municipal. Atualmente, os salários dos funcionários da CCL são pagos em dia, apesar das dificuldades.

O Vigilante Online

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