Minas tem 1,7 milhão de pessoas passando fome; em todo o Brasil são 33,1 milhões
15/09/2022 06:13 em DIVERSOS

 

O número de pessoas passando fome no Brasil saltou de 19,1 milhões em 2020 para 33,1 milhões em 2022. Isto representa um aumento de cerca de 14 milhões de pessoas que não têm suas necessidades nutricionais supridas no país. Desse contingente, 1,7 milhão estão em Minas. 

Os números integram o 2.º Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19 (II Vigisan). O trabalho foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). 

Os dados foram coletados em áreas urbanas e rurais, entre novembro de 2021 e abril deste ano.

As entrevistas foram realizadas em todas as macrorregiões brasileiras, abrangendo 577 municípios, distribuídos nos 26 Estados e Distrito Federal.

De acordo o coordenador da Rede Penssan, Renato Maluf, responsável pela pesquisa, a pandemia foi um dos fatores que agravou a situação. 

“Com a pandemia da Covid-19, foram escancaradas as desigualdades brasileiras e a existência de um governo sem liderança e compromisso para estabelecer as políticas públicas e prioridades necessárias”, apontou. 

Segundo a pesquisa, a fome foi maior nos domicílios que solicitaram e não receberam (63%) o Auxílio Emergencial, quando comparados com os que solicitaram e receberam (47,5%).

A pesquisa também mostra que 15,4% não tomam café da manhã diariamente, 10% não almoçam todos os dias e 19,9% não jantam diariamente. 

“Espera-se que todo brasileiro e toda brasileira tenha garantido o que é socialmente estabelecido e desejado: o direito a, pelo menos, 3 refeições diárias. Isto não ocorre, infelizmente, para um número significativo da população”, lamentou. 

Além disso, na população negra houve um aumento de mais de 60% na proporção daquelas que convivem com a fome, enquanto entre brancos esse aumento foi de 34,6%.

Em relação ao gênero, 19,3% das famílias chefiadas por mulheres estão expostas à fome, enquanto esse percentual reduz para 11,9% quando são os homens nessa posição.

“A maior ocorrência da fome entre famílias tendo as mulheres como responsáveis pode ser explicada, dentre outros fatores, pela diferença de rendimentos que desfavorece as mulheres em relação aos homens”, criticou. 

Políticas públicas 

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, na capital, algumas medidas foram tomadas para combater o problema durante a pandemia. 

"Distribuímos mais de 5,2 milhões de cestas básicas e 860 mil kits de higiene. Foram atendidas famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica, além de estudantes da rede municipal de ensino”, informou a PBH. 

A prefeitura informou ainda que “a distribuição de cestas básicas aconteceu de março de 2020 até o mês de novembro de 2021” e que “o Auxílio Belo Horizonte começou a ser pago em dezembro de 2021 e poderá ser pago até setembro de 2022 (dependendo do mês de solicitação do usuário)”. 

Fonte: Hoje em Dia

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