Pipas deixam 276 mil consumidores sem luz em Minas
07/07/2023 04:32 em REGIÃO

 

Com clima seco e ventos fortes, esta época do ano é considerada propícia para empinar pipas. No entanto, a brincadeira pode causar prejuízos e acidentes graves caso atinja a rede elétrica. 

Somente no primeiro semestre, a Cemig registrou cerca de 960 ocorrências na rede causadas por pipas, que prejudicaram 276 mil clientes em todo o Estado. 

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a brincadeira gerou cerca de 500 ocorrências de falta de energia, deixando aproximadamente 164 mil consumidores sem luz.

Para o gerente de Segurança do Trabalho da Cemig, Lauro Fernando Ribeiro, não se deve soltar pipas em áreas urbanas. De acordo com o especialista, a brincadeira deve ocorrer em locais abertos, distante da rede de distribuição e nunca com a utilização de cerol ou qualquer linha cortante.

“Hoje em dia, com a grande quantidade de redes de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas nesses locais ficou inviável. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13,8 mil volts. Por isso, é fundamental que os pais orientem seus filhos para evitar acidentes que podem até matar”, destaca.

O gerente alerta que nunca se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica, pois o risco de acidentes é grande. "As redes de distribuição e transmissão, bem como as subestações da Cemig, são construídas dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. Dessa forma, a aproximação indevida para retirar pipas presas à rede e o uso de cerol e linha chilena são os principais motivos de acidentes com a rede elétrica da companhia", alerta. 

Uso proibido de cerol 

A legislação brasileira proíbe a utilização de cerol ou linha chilena no Estado desde 2019. A lei 23.515/2019 veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares. Além disso, a multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 3.590 a R$ 179 mil (em casos de reincidência). 

Quando a linha cortante é apreendida e estiver com criança ou adolescente, os pais ou responsáveis legais são notificados e o caso, comunicado ao Conselho Tutelar.

O gerente da Cemig alerta para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de pipa em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios. “São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando o choque elétrico”, afirma o especialista.

As linhas cortantes também causam perigo a outras pessoas. “Quando alguém utiliza uma linha cortante, pode cortar cabos de energia e causar acidentes graves para quem está brincando ou para outras pessoas. Além disso, o uso do cerol ou linhas cortantes em áreas urbanas pode cortar partes do corpo de motociclistas, ciclistas e pedestres, além das mãos de quem os utiliza”, orienta.

Um outro ponto de atenção é quanto às pipas que ficam agarradas em árvores na área urbana. "Neste caso, ao subir na árvore para retirar a pipa, a pessoa pode não ver a rede elétrica no meio dos galhos, sofrer um choque elétrico e o acidente ser fatal pelo choque ou pela queda da pessoa", finaliza o gerente.

Fonte: Hoje em Dia

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