Segundo a manicure Maria Aparecida Vale, de 49 anos, a cirurgia, feita nesta terça-feira (15), deveria ter sido no joelho esquerdo, mas o direito é que foi operado. Ela contou que, percebendo o erro, a equipe médica fez depois uma intervenção no esquerdo. A mulher recebeu alta nesta quarta-feira (16) com os dois joelhos operados.
Em nota, a assessoria do HU informou que a direção do hospital está apurando o caso e tomará as providências cabíveis. Foi informado ainda que os pacientes atendidos têm à disposição uma equipe multiprofissional para acompanhamento após as cirurgias, quando necessário.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) declarou que ainda não recebeu notificação oficial sobre o caso e orientou como pacientes com casos semelhantes devem proceder. (Confira a íntegra abaixo)
Cirurgia no joelho errado
Maria Aparecida falou ao MGTV nesta quarta-feira (16), após receber alta da unidade do HU localizada no Bairro Santa Catarina.
"Quando acabou o efeito da sedação do joelho direito, foi que eu vi que eles tinham feito a cirurgia errada. Fui tentar mover a perna e senti a faixa. Chamei o médico e falei que não era o joelho que precisava ser operado. Fiz a ressonância e o tratamento todo foi para o outro", contou à equipe de reportagem.
A paciente relatou ter entregue todos os laudos médicos mostrando qual joelho precisava da cirurgia e a equipe médica realizou uma marcação. "A moça fez um risco para poder ver. Quando o outro médico chegou, diz ele que tinha apagado. Não. Ela só circulou o joelho necessário", afirmou Maria Aparecida.
A manicure disse ainda que aguardava há oito meses pela cirurgia. No período, teve o procedimento remarcado quatro vezes.
O marido dela, Cláudio Clemente Vale, contou que, na penúltima vez, a mulher chegou a passar pela triagem e a cirurgia foi desmarcada porque, segundo o médico, houve outra emergência. Agora a família pretende entrar com uma ação judicial contra o hospital.
"Em função do erro médico e da demora em relação à cirurgia, vamos entrar com pedido de indenização por danos morais e materiais. Ela tinha um joelho saudável e foram operados os dois joelhos", explicou a delegada Daniele Sobral, que acompanha o caso.
O Conselho Regional de Medicina orienta que, em casos como o de Maria Aparecida, quando o paciente se sentir lesado, deve-se solicitar o prontuário médico na instituição em que foi feito o atendimento e levar uma cópia do prontuário para fazer a denúncia na Delegacia do Conselho, que, em Juiz de Fora, funciona na Rua Braz Bernardino, 59.
Ao receber o registro, o conselho diz que é feita a solicitação de esclarecimentos ao médico e à instituição, além de avaliada a veracidade das informações e aberto sindicância para investigação.
Se houver indício de irregularidade, o conselho abre processo ético profissional. Se julgado culpado, o médico pode sofrer cinco penalidades, dependendo da gravidade: advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício por até 30 dias e a pena máxima, que é a cassação do direito de exercer a profissão.
Os processos tramitam em segredo e, normalmente, duram no máximo um ano.
Fonte: G-1 Zona da Mata