Zema se diz 'otimista' com delta, confirma vacinação até setembro em MG e acha 'improvável' novo fechamento de cidades
11/08/2021 05:38 em REGIÃO

 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que está "otimista" em relação ao controle da variante delta do coronavírus no estado, principalmente por causa do avanço da vacinação contra a Covid-19.

O chefe do Executivo estadual concedeu uma entrevista exclusiva à rádio CBN na manhã desta terça-feira (10) e afirmou que um novo fechamento das cidades é "pouquíssimo provável".

 

"Nós temos acompanhado muito de perto e com muita apreensão esses casos, para ver se essa nova variante tem crescido ou não no estado. Mas posso dizer que estamos otimistas. À medida que o processo de vacinação tem avançado, é menor, a cada dia que passa, o número de novos casos, de pessoas internadas e de óbitos", disse o governador.

Zema ressaltou que, apesar do otimismo, existe "uma chance desse inimigo invisível e incontrolável ter uma mutação sobre a qual a vacina não faça efeito".

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Minas Gerais tem quatro casos confirmados da variante deltadois em Belo Horizonteum em Virginópolis, na Região do Rio Doce, e um em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

O governador afirmou que considera "pouquíssimo provável" um novo fechamento das cidades. Atualmente, das 14 macrorregiões do estado, apenas uma está na onda vermelha do Minas Consciente, mais restritiva. As outras 13 estão na onda amarela ou verde.

"O que temos assistido é uma queda, todos os dias o número de casos e internações só tem reduzido. Caso essa tendência venha a ter uma reversão, o que acho muito pouco provável, mas realmente existe essa possibilidade, vamos tomar imediatamente as medidas para que ele (o coronavírus) não se propague. Mas hoje a situação é de segurança, nós estamos acompanhando", afirmou Zema.

 

"Acho muito pouco provável (um novo fechamento), o que temos assistido no Brasil e fora é a vacina ser efetiva, inclusive no combate dessas novas variantes que têm surgido, mas todo cuidado é bom, todo acompanhamento é bem-vindo", completou.

 

O chefe do Executivo voltou a falar que, até setembro, todos os mineiros maiores de 18 anos estarão vacinados contra a Covid-19.

 

Dívidas da saúde

 

O governador disse que o estado está pagando "uma dívida após a outra" e que até o dia 30 de agosto vai apresentar um cronograma para o pagamento dos recursos da saúde em atraso aos municípios.

"Todos vão receber o que é devido, mas cada dívida a seu tempo. Não temos aqui uma máquina da Casa da Moeda para pagar tudo simultaneamente, mas gradativamente estamos pagando", afirmou.

Segundo Zema, nesta quarta-feira (11) o governo vai firmar um acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, "para o estado devolver para o Tribunal aquilo que foi retirado dele indevidamente no passado". Conforme o governador, o valor é de quase R$ 8 bilhões.

 

Avaliação de Bolsonaro

 

Questionado sobre o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e o que ele pensa sobre o impeachment do presidente, Zema falou que o que é errado deve ser apurado, mas defendeu que "trocar o piloto de avião no meio da turbulência talvez não seja o que vai acabar com a turbulência".

 

"A questão da pandemia poderia ter sido mais bem estruturada, organizada. Houve falha de comunicação, com toda certeza. Houve atraso na aquisição de vacinas, muito provavelmente. Eu não sei avaliar até que ponto é falta de gestão adequada ou algo intencional. Nenhuma instituição é 100% bem administrada, sempre existem falhas. Agora, entre uma falha por falta de conhecimento e outra por má intenção, há uma diferença expressiva. Então, que seja apurado", disse o governador.

 

Zema disse que vai apoiar o candidato à presidência da República que trabalhar nas reformas administrativa, tributária e política. "Eu estou aqui apoiando causas, eu não acredito em pessoas, pessoas são suscetíveis à pressão, mudam com o tempo, se iludem com o poder. Quero apoiar causas que acredito que vai levar Minas e o Brasil para um patamar melhor", pontuou.

Em relação ao voto impresso, defendido por Bolsonaro, o governador afirmou que a questão "tem que ser analisada por técnicos de informática" e defendeu que "o sistema tenha um mecanismo de auditoria". Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as urnas eletrônicas são auditáveis.

 

Eleições de 2022

 

Zema disse que está focado no combate à pandemia e na geração de empregos e não quis falar sobre os planos para as eleições de 2022.

 

"A eleição está muito longe e vejo que, se eu fizer um bom trabalho, o povo mineiro vai saber reconhecer lá na frente aquilo que estamos fazendo. Para mim, eleição é consequência, não é objetivo. Politicagem não é comigo, é muita intriga, muita fofoquinha, e estou fora disso, deixa quem gosta fazer. Infelizmente não é a prioridade do Brasil, o Brasil precisa de reforma e não de fofoquinha", afirmou.

 

Segundo Zema, o nome do candidato a vice-governador ainda será definido. Em março do ano passado, o atual ocupante do cargo, Paulo Brant, deixou o partido Novo, após divergências em relação ao projeto de reajuste salarial dos servidores da segurança.

"Nós ainda vamos definir quem será o vice. Ele (Brant) tem sido um vice muito bom, participativo, mas vai caber ao partido definir isso no momento oportuno. Não é algo que me incomoda, é algo a ser decidido lá na frente", concluiu.

 

Fonte: G-1 Minas

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