Na partida entre Atlético-MG e River Plate, pela Copa Libertadores, na última quarta-feira (18), foram registradas cenas de aglomerações de torcedores sem máscara. Na manhã de quinta-feira (19), o prefeito chegou a dizer, em entrevista ao Bom Dia Minas, que o evento não passou no teste e que poderia "voltar atrás" na decisão de permitir a presença do público nas arquibancadas.
Depois do jogo, novas regras foram definidas em uma reunião que contou com a presença dos clubes de futebol, da Minas Arena e de membros da prefeitura. As ruas foram cercadas para evitar ambulantes e aglomerações e, para ter acesso à região do estádio, as pessoas tiveram de apresentar ingresso e testes contra Covid-19.
No entanto, na noite de sexta-feira (20), a Guarda Municipal abordou 1.073 torcedores sem máscara ou que usavam o acessório incorretamente no entorno do Mineirão, na partida entre Cruzeiro e Confiança pela série B do Campeonato Brasileiro.
Críticas a Ricardo Guimarães
Após o ex-presidente e integrante do atual colegiado de administração do Atlético-MG, Ricardo Guimarães, criticar a prefeitura pela proibição da presença da torcida nos estádios de Belo Horizonte, Kalil usou a coletiva para responder o que chamou de "ataque descabido, virulento, asqueroso".
Segundo o prefeito, o discurso de Guimarães foi "político-partidário", com o objetivo de jogar a torcida do Atlético-MG contra ele.
"O Ricardo Guimarães tem um novo atributo, coragem, que nunca foi o seu forte. Convivi com ele dentro do Atlético e coragem nunca foi um atributo do senhor Ricardo Guimarães", disse Kalil.
Sobre a fala de Guimarães de que o sucesso do clube "pode estar causando inveja e ciúmes em gente na prefeitura", o prefeito afirmou que isso "é coisa de fracassado, coisa de quem não ganhou nada, coisa de frustrado, coisa de quem levou o Atlético ao seu maior desastre", em referência à queda do time para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2005.
"Não participo da vida do Atlético, tenho mais o que fazer, tenho que cuidar de uma população, de uma pandemia. Não me meça pela sua régua, Ricardo Guimarães, falar quer o Kalil torce contra o Atlético é uma ofensa a mim e aos meus filhos, não me meça pela sua régua", declarou.
Em resposta ao presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, que gravou um vídeo, neste domingo (22), dizendo que gostaria de entender a decisão da prefeitura de proibir torcida nos estádios enquanto a Feita Hippie está aberta ao público, Kalil disse que 2.300 famílias dependem da feira para se sustentar.
"São 2.300 famílias que precisam comprar arroz, feijão e, talvez, ovo. São 2.300 famílias tentando se alimentar desesperadamente", afirmou o prefeito.
O que dizem os clubes e a Minas Arena
O Mineirão informou, em nota, que "cem por cento dos protocolos exigidos para ambas as partidas, que competem a operação do estádio, foram cumpridos. A organização do jogo ainda foi além, realizando ações extras ao exigido".
Disse, ainda, que "a retomada segura depende de todos, da organização do entorno e de uma nova consciência por parte do público".
O Cruzeiro afirmou que "recebeu com respeito" a informação sobre a proibição da torcida nos estádios de Belo Horizonte e que sempre tratou "como prioridades a saúde e a segurança do seu torcedor e da população em geral".
"No entanto, mesmo entendendo e respeitando a preocupação das autoridades locais neste momento, o Cruzeiro reforça sua crença na segurança dos protocolos adotados e a serem seguidos nesta volta gradativa dos torcedores aos estádios", disse o clube, em nota.
O time informou, ainda, que está avaliando novos locais para que a partida contra a Ponte Preta, no dia 7 de setembro, seja realizada com presença de torcedores.
O Atlético-MG ainda não se posicionou sobre a nova proibição de torcida nos estádios.
Fonte: G-1 Minas