A variante Delta da Covid-19 começa a se alastrar por Minas. Já foram identificadas pelo menos 91 amostras positivas da mutação originária na Índia, mas o número real de infecções pode ser muito maior por conta da transmissão comunitária confirmada no Estado. Até o momento, duas pessoas morreram por complicações da cepa.
Do total de casos, 12 passaram por testes de sequenciamento genético. Porém, outros 79 passaram por testes iniciais, que já identificaram a Delta. Um novo exame ainda será feito.
“O caso confirmado passa pela técnica de sequenciamento genético completo. Os prováveis passaram pelo sequenciamento de sangue ou pelo RT-PCR diferencial”, disse Eva Lídia Arcoverde, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
De acordo com a SES, a idade dos pacientes detectados com a mutação varia de 8 a 93 anos. A maioria dos casos é formada por pessoas do sexo feminino (56%). Os óbitos ocorreram em Rio Novo, na Zona da Mata, e Uberaba, no Triângulo. Outras 37 cidades atestaram ao menos um infectado pela cepa indiana.
Conforme Renan Pedra, professor de genética da UFMG e coordenador do Observatório de Vigilância Genômica de Minas, responsável pelos estudos, não restam dúvidas de que estes não são todos os casos da variante no território.
Ao todo, 200 coletas são analisadas semanalmente em dez unidades regionais de saúde, escolhidas estrategicamente devido à localização geográfica. “A Delta vai vencer a Gama (que é a prevalente), porque os números são muito contundentes. Onde estamos monitorando, o crescimento é rápido”, avaliou.
Além das localidades selecionadas, o Cievs solicita amostragens para avaliar se há circulação de novas mutações em outras regiões a partir do acompanhamento dos indicadores que demonstram tendência de aumento de casos da Covid.
Para Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Belo Horizonte, a capital vive um momento contraditório, onde todos os indicadores estão na faixa verde, apesar da ameaça da Delta.
“Temos uma preocupação imensa com essa mutação. As pessoas têm que tomar a vacina, principalmente a segunda dose, além de manter as medidas não farmacológicas, evitar aglomerações e manter o distanciamento”, lembrou.
Fonte: Hoje em Dia