Os detalhes das investigações foram divulgados nesta quarta-feira (6).
De acordo com a delegada Ana Paula Gontijo, o crime começou a ser investigado depois que a vítima procurou a delegacia. Ela relatou aos policiais que ofereceu a cadeira de rodas em um site por R$ 7,5 mil e que fez toda a negociação com o suposto comprador por aplicativo de mensagens. Ela recebeu um comprovante de pagamento e, então, entregou a cadeira de rodas a um motorista de aplicativo.
Só depois disso, a vítima descobriu que o recibo era falso e que o valor não havia sido creditado na sua conta.
Nas investigações, cruzando dados e analisando imagens de câmeras de monitoramento, a polícia chegou à conclusão que o golpe foi aplicado por um grupo de quarto pessoas de São Paulo e conseguiu identificar quatro endereços, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
"Em um desses endereços, verificamos que residia um cadeirante que havia empreendido fuga poucos instantes antes da nossa chegada. Foi visualizado o rastro de uma cadeira de rodas e chegamos a um apartamento vizinho. E lá nos deparamos com o cadeirante junto com outro indivíduo. E os dois mantinham os proprietários do apartamento sob ameaça para que eles lhe oferecessem guarida”, disse a delegada.
Segundo ela, entre as ameaças, a dupla disse ser do PCC. Os homens foram presos em flagrante por cárcere privado.
O cadeirante também é suspeito de falsificação de moeda, porque, durante a ação, a polícia encontrou notas falsas de R$ 2, R$ 5, R$ 10 e R$ 20, além de equipamentos usados para produzi-las. Outros dois homens também foram presos por suspeita de envolvimento na falsificação.
De acordo com a delegada, os quatro detidos já tinham passagens pela polícia.
"Esse cadeirante ostenta várias anotações criminais de roubo. Tem homicídio e tráfico também. Inclusive essa situação de cadeirante foi fruto de um confronto durante um assalto ocorrido em São Paulo há cerca de 5 anos", afirmou Ana Paula.
As investigações sobre o golpe em sites de compra e venda na internet seguem em curso na capital mineira porque a polícia ainda apura a participação de outros três suspeitos.
De agosto a novembro do ano passado, dez alvos do grupo em Belo Horizonte já foram identificados. Além da cadeira de rodas, que será devolvida à vítima nesta quarta, a polícia conseguiu recuperar um videogame.
De acordo com Ana Paula, o número de vítimas pode ser ainda maior.
"As vítimas não costumam registrar esse tipo de notícia. A orientação é procurar imediatamente a Polícia Civil, registrar imediatamente a ocorrência, trazer o maior número de informações possíveis, os contatos que foram utilizados. E também é imprescindível que se formalize a representação criminal", disse.
Fonte: G-1 Minas