Leopoldinense ex-aluna do Colégio Imaculada Conceição desponta no handebol feminino nacional
16/10/2021 06:09 em LEOPOLDINA

 

Descoberta para o esporte em Leopoldina, Sthéfany, 14 anos, hoje atua no Projeto Handebol São Pedro, em Juiz de Fora, onde reside com a família. Ela está inscrita pelo Clube TCC/BASIC/ TAUBATÉ, de São Paulo, para a Liga Paulistana de Handebol, que vai até dezembro.

Sthéfany Dias Gomes, 14 anos de idade, nascida em Leopoldina e ex-aluna do Colégio Imaculada Conceição, é o nome da atleta que desponta como revelação do Handebol Feminino em âmbito nacional.

Descoberta para o esporte em Leopoldina, Sthéfany já integra o elenco feminino do Clube TCC/BASIC/TAUBATÉ, em Taubaté – SP, para disputar a Liga Paulistana de Handebol 2021 nas categorias Infantil e Cadete.

Fundado em 2003, o clube na atualidade, no masculino, acumula títulos estaduais, nacionais e é uma das potências de nosso país. O Taubaté está novamente investindo na base do feminino, e em breve, futuras atletas podem ser reveladas e assim, despontar nas competições.

Em entrevista concedida à Reportagem do Jornal O Vigilante Online no ginásio de esportes do Colégio Imaculada Conceição em Leopoldina, Sthéfany e sua família estavam acompanhados pelo professor de Educação Física do CIC, Cássio Muniz.

 

Sthéfany ao lado do professor Cássio Muniz, do Colégio Imaculada Conceição.
Professora Ritinha e a atleta Sthéfany.

A atleta contou que entre os 9 e 10 anos de idade descobriu o esporte durante uma aula de Educação Física dada pela professora Ritinha, no Colégio Imaculada Conceição.

Sua mãe, Sra. Karina Dias, falando ao lado dos filhos Sthéfany, Lucas e Valentina e do esposo Douglas, explicou à Reportagem que foi a professora Ritinha quem lhe procurou no seu emprego dizendo que via uma atleta nascendo ali, e pediu que ela autorizasse Sthéfany a treinar handebol com o Cássio Muniz após o horário de aula, duas vezes na semana.

Natural de Leopoldina, a Sra. Karina Dias revela que a partir daí Sthéfany se apaixonou pelo Handebol. Douglas, que é de Juiz de Fora e já atuou como jogador de basquete e vôlei no Colégio Granbery, torce para que Sthéfany consiga realizar seus objetivos e mantenha o foco.

O professor Cássio Muniz ressaltou que quem descobriu o talento de Sthéfany na Queimada, considerada a primeira fase do handebol, foi a Tia Ritinha, apelido carinhoso da professora de Educação Física Rita de Souza Lima. “A Ritinha indicou que a Sthéfany viesse pra cá. Logo que ela começou eu vi que ela tinha um grande potencial, boa desenvoltura, gestos técnicos bem definidos”, narrou Cássio, acrescentando que infelizmente ela mudou cedo para Juiz de Fora.

A mudança para Juiz de Fora aconteceu há aproximadamente 4 anos, porém, com a orientação do professor Cássio Muniz a família conheceu o projeto social Handebol São Pedro (HSP), no qual o professor Francisco Netto da as aulas de handebol e onde a atleta continuou treinando.

“O Handebol São Pedro reúne meninas e meninos para treinarem e disputarem campeonatos e um dia, conseguirem ter oportunidades e seguirem a carreira no esporte”, disse Sthéfany.

Cássio Muniz considera que a atleta foi acolhida em Juiz de Fora por um grande cara do esporte, referindo-se a Francisco Netto. “Ele desenvolveu bastante a Sthéfany, fez e ainda faz um trabalho com equipes em Juiz de Fora, e ela conseguiu atingir esse nível de desenvoltura que tem hoje em dia, mas muito também por conta do esforço dela”, disse.

“Eu vejo a Sthéfany treinando nas férias, treinando sozinha, treinando com o irmão, com as colegas menores, então a gente nota a vontade de querer seguir em frente. Com mais de 30 anos de Colégio Imaculada Conceição, eu tenho a Sthéfany como a segunda atleta que está pintando de ir pra frente. A Bárbara foi a primeira, atualmente em Santa Catarina, convocada entre as 18 para o Sul-americano, e a Sthéfany está no mesmo caminho. Taubaté, próximo a São Paulo e São Bernardo do Campo, é o centro vivo do handebol do Brasil. Enquanto a gente pode apoiar e agora o que a gente pode fazer, como estamos aqui, a gente vai fazer por ela e por aqueles que estiverem dispostos a seguirem no esporte, que é muito mais difícil que outra carreira”, justificou o professor do Colégio Imaculada.

De acordo com a família, Sthéfany sempre treinou e jogou campeonatos acima da idade, com meninas muito mais velhas, o que nunca foi um problema, pelo contrário, era sempre cabeça erguida e preparada para o que viria. Em 2019, ela se destacou num campeonato carioca, e foi chamada a jogar um campeonato em Atibaia, SP, pelo Clube Central, time de Niterói RJ.

No Atibaia Handball Cup, foi a artilheira do campeonato entre todas as categorias femininas, entrando para a seleção do campeonato como a melhor central. Em seguida, foi chamada pelo maior Clube poliesportivo da américa latina, o Esporte Clube Pinheiros, em SP, onde foi levada pela mãe. A atleta passou por uma seletiva e foi chamada a completar a equipe, porém, como não tinha idade ainda pra morar em alojamento (a partir dos 15 anos), ela infelizmente não pode ficar, mas o clube deixou as portas abertas pra ela.

Segundo descreveu a mãe de Sthéfany, logo veio a pandemia e tudo parou, treinos, campeonatos, mas o Técnico do Clube TCC/BASIC/TAUBATÉ, que já vinha lhe acompanhando, em momento algum perdeu o foco de levá-la pra lá. Mês passado ele fez o convite a ela e em seguida veio a convocação pra ela jogar a Liga Paulistana de Handebol em duas categorias pelo Clube, onde ela está atualmente, há duas semanas, treinando e participando de amistosos, na preparação para o campeonato, que tem previsão de término em Dezembro.

Sua estreia aconteceu no último dia 8 de outubro no campeonato infantil, que é a categoria de Sthéfany. No dia 24 de outubro será a vez de uma categoria acima, denominada cadete, na qual Sthéfany também joga. “O time está começando. Fui para auxiliar no início dos trabalhos e estamos otimistas em relação à equipe”, reconheceu Sthéfany, que já se enturmou no time e se surpreendeu pelo apoio, suporte e toda a estrutura da equipe. “É um sonho”, definiu.

 

Sthéfany durante os treinos em Taubaté.

A família apoia a filha e não descarta a possibilidade de ficar cada vez mais próxima dela, que segue em Taubaté, mas sem nenhuma defasagem escolar, já que mantém assistindo as aulas online do Colégio Conexão, em Juiz de Fora, onde é aluna-atleta e ganhou os jogos escolares de 2019 no basquete, esporte no qual entrou como HOBBY e gostou, porém, sem interferir no seu grande amor, que é o Handebol.

A mãe da atleta frisou que apesar de representarem a cidade, não contam com nenhum apoio, o que é conseguido porque sempre faz doces, trufas, para as meninas venderem e assim custearem as despesas de viagens.

Francisco Netto, professor de Educação Física, do Projeto Handebol São Pedro (HSP) em Juiz de Fora.

Procurado pela Reportagem para comentar sobre a atuação e o potencial da atleta Sthéfany, Francisco Netto, do Handebol São Pedro de Juiz de Fora, destacou que ela chegou muito nova ao HSP. “Era primeiro ano de mirim, estava iniciando, estava aprendendo, tinha muita facilidade para aprender. O Cássio sempre faz um excelente trabalho aí em Leopoldina, já nos conhecemos de longa data por fazermos finais de regional. Ela veio para Juiz de Fora com muita vontade de aprender e começamos esse processo de aprendizagem com ela”, declarou o treinador.

“Quando ela chegou, estávamos com algumas meninas começando um trabalho mais forte e tinha a categoria mirim. Ela vinha nas duas categorias, mirim e infantil, que já era uma categoria bem forte que tínhamos, então ela cresceu muito com a convivência com essas meninas. Ela viajou muito com a gente, muitos campeonatos fortes e de alto rendimento, mesmo sendo categoria infantil”, relatou Francisco.

O treinador assim define as características da atleta Sthéfany: “Criativa, habilidosa, com bom tiro de fora, forte do 1×1, muita disciplina tática, muita dedicação aos treinamentos, e vontade de aprender sempre. Tecnicamente forte nos fundamentos. Características típicas de meia esquerda.”

Conforme Francisco Netto, atualmente Sthéfany ainda integra o Projeto Handebol São Pedro, embora tenha algumas propostas, do Pinheiros, de Taubaté e com certeza já tem algumas outras equipes sondando. “Como eu faço com todas as atletas, a gente vê todos os pontos positivos e negativos de ir para outro clube ou ficar, o que seria melhor. Eu sempre libero pra ir quando a gente vê que a situação é melhor do que ficar. No caso da Sthéfany, como tem mais de uma opção a gente sempre estuda a melhor, levando em conta em primeiro lugar quem vai gerar um futuro melhor pra ela, uma perspectiva melhor de futuro pra ela; quem tem condições de acolhê-la tecnicamente falando, ou seja, os técnicos que tenham condições de fazê-la continuar evoluindo e a escola, onde tem uma boa escola, um bom estudo, que a gente não pode perder isso. Ela já tem bolsa no Conexão aqui em Juiz de Fora, por conta do handebol”, detalhou Francisco.

Netto esclarece que o Projeto HSP conta com o apoio do atleta Thiagus Petrus, que hoje é jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira de handebol. “Ele nos apoia em tudo que precisamos – material, financeiro, ele vem aqui (em Juiz de Fora, sua cidade natal), tira foto, etc.”, informou.

O Projeto Handebol São Pedro surgiu em 2009 com algumas meninas que começaram a jogar depois da aula. Francisco Netto conta que foi aprendendo junto com elas e juntos foram crescendo. “Há muitos anos fazemos esse trabalho nas comunidades aqui de Juiz de Fora, São Pedro e outros locais. Nas escolas públicas, nas quadras que são cedidas pra gente”, comentou.

Antes da pandemia cerca de 180 crianças treinavam no projeto, que já ganhou alguns campeonatos estaduais. “Tem meninas que já estão em times profissionais, meninas que já estão em equipes em São Paulo, no Rio de Janeiro, muitas, um percentual muito grande, ganham bolsas em escolas. Por ano a gente consegue umas 15 bolsas, pelo menos”, enfatizou, mencionando que o último campeonato que participaram foi a Liga do Estado do Rio de Janeiro, no qual o HSP foi campeão, ganhando inclusive do time atual vice-campeão brasileiro da categoria.

“Já temos um trabalho social muito forte, porque a gente ajuda há algum tempo na questão de estudos, de vestibular, tudo isso e também a questão de rendimento. Nós temos nossa página no Instagram, no Facebook e estamos abertos a qualquer pessoa que se interesse não só em jogar, mas também em ajudar”, concluiu o treinador Francisco Netto.

Gustavo Oliveira, técnico de Handebol.

Gustavo Oliveira, técnico de Handebol do TCC/BASIC/TAUBATÉ informou ao jornal que a dedicação da atleta chama atenção devido sua dedicação aos estudos juntamente com sua dedicação ao handebol. “Eu tenho comigo um projeto em minha mente ‘Atleta bom de bola e bom na escola’, e valorizo muito as atletas que conseguem ser boas nessas duas questões. Falo sempre pra elas, que elas tem que ‘usar’ o handebol como ferramenta para conseguir bolsas de estudo e também que dá pra ser bom nos dois, pois nessa idade, o estudo e o esporte são fundamentais para a formação global do cidadão. Individualmente Sthéfany tem um potencial muito grande e sua adaptação está melhor a cada dia e as meninas estão adorando tê-la como companheira de equipe, pois na categoria dela, no infantil, ela é diferenciada, já no cadete está nos ajudando muito na composição do elenco”.

“Desde quando eu conheci a Sthéfany, em 2018 se eu não me engano, ela passou a acompanhar minha equipe nas redes sociais e desde lá, sempre conversamos sobre o handebol, escola, etc. Em 2019, fizemos uma parceria do meu projeto escolar no Colégio Basic com o Taubaté Country Club (Clube tradicional da cidade de Taubaté), onde eu levei uma equipe completa para representar o clube (sócias-atletas), nas categorias infantil e cadete e em contra partida, eu ensinava uma modalidade nova para os sócios do clube e deu super certo. No início de 2020, antes da pandemia, o clube Handebol Taubaté me procurou para juntarmos forças, pra começarmos um projeto forte também no feminino e assim, formamos a equipe TCC/BASIC/TAUBATÉ. Com a pandemia, o esporte foi deixado de lado, mas, nós professores buscávamos incentivos para as atletas o tempo todo, com atividade online, palestras, treinamentos e tentamos ao máximo não deixar a chama do handebol apagar no coração das meninas”, ressaltou.

Gustavo também confirmou que em 2021 começaram a disputar a Liga Paulistana de Handebol, com término em dezembro e revelou que atua na efetivação de uma estrutura para que a atleta possa permanecer na equipe em 2022. “Escola é a prioridade, pois quero muito continuar oferecendo uma educação de qualidade, depois penso no fortalecimento da minha equipe.”

Sthéfany Dias Gomes
Nascimento em 07 de maio de 2007
Natural de Leopoldina – MG
62 Kg
1,68 de altura
Posição: meia esquerda e centro
Clube atual – HSP – Handebol São Pedro – JF
Técnico Francisco Netto

Disputou vários campeonatos a partir de 2018, dentre eles XVI Jogos de Outono em Liberdade – MG (abril de 2018), campeã cadete e vice-campeã mirim;

Copa Taubaté – Taubaté – SP, em setembro de 2018, campeã cadete, vice campeã infantil, vice campeã mirim, duas vezes melhor da partida na categoria mirim.

Outubro de 2018 – Fest Hand, em São Lourenço – MG, vice campeã infantil e vice campeã cadete.

Em Junho de 2019 – 2º Torneio IF Sudeste, em Rio Pomba – MG, campeã adulta; e em Atibaia – SP no Atibaia Handebol Cup, competindo pelo Clube Central de Niterói – RJ: campeã mirim, vice campeã infantil, artilheira feminina do campeonato, melhor central mirim, seleção do campeonato.

Em setembro de 2019 foi campeã cadete LIHERJ – Liga de Handebol do Estado do Rio de Janeiro, campeonato que teve início em março de 2019.

Outubro de 2019 – ASSESMIG JOJU, em Guaxupé – MG: 4º lugar sub 17

Fast Hand, São Lourenço – MG: 3º lugar mirim e 3º lugar cadete.

Fonte: Jornal O Vigilante Online

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