Foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora na manhã desta terça-feira (26) uma operação para desarticular organização criminosa especializada em roubos a bancos.
Na ação, batizada de operação "Magia Negra, policiais federais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro têm como foco o cumprimento de 6 mandados de prisão temporária e 6 de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Vara Única da Justiça Federal em Muriaé, MG.
As investigações a cerca da operação desta terça foram iniciadas no último dia 9 de junho, após um grupo fortemente armado explodir uma agência da Caixa em Pirapetinga.
De acordo com a Polícia Federal, dentre os suspeitos foram identificados ex-militares com habilidade no manuseio de explosivos e ex-vigilantes, todos com antecedentes criminais.
O g1 entrou em contato com a PF para saber de qual corporação são os ex-militares, e solicitou uma nota, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Investigações
O trabalho investigativo teve início em 9 de junho de 2021, após roubo a agência bancária da Caixa Econômica Federal no município de Pirapetinga, na Zona da Mata.
"Na ocasião, o grupo destruiu a agência bancária com o uso de explosivos, amedrontou a população local com disparos de arma de fogo, feriu um caminhoneiro, fez reféns e fugiu em direção ao Estado do Rio de Janeiro, em uma ação conhecida como 'o novo cangaço'. Essa modalidade criminosa geralmente é realizada nas pequenas cidades do interior do país", explicou a Polícia Federal
Conforme a PF, as apurações do crime foram iniciadas imediatamente, "o que permitiu que o local do crime fosse devidamente preservado pelas forças locais, além de auxiliar na coleta de vestígios, dados e informações. Contribuição decisiva para o trabalho dos investigadores federais".
Os investigados poderão responder pelos crimes de roubo qualificado; integração a organização criminosa; lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir penas que somam mais de 31 anos de prisão e multa.
Ataque ao banco
No dia do ocorrido, o g1 conversou com a delegada da Polícia Civil, Flávia Granado, que participa das investigações do crime. À reportagem ela falou sobre o ocorrido e abordou os seguintes pontos:
- Após o crime, os órgãos de segurança ficaram em busca de informações e indícios da autoria do crime;
- Detalhes sobre os possíveis autores foram recolhidos, mas por causa das investigações outras informações não serão repassadas no momento;
- Foram encontrados dois veículos utilizados no crime, sendo que em um deles havia explosivos e foi preciso um trabalho técnico para desativá-los;
- A Polícia Civil realizou um exame pericial da coleta das digitais encontradas para fazer o confronto com os possíveis autores;
- Apesar de a agência ter explodido toda, dois caixas foram roubados. Não há informações de quanto dinheiro foi levado;
- A Polícia Civil não encontrou ligação da organização criminosa com as explosões realizadas em São Paulo.
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Dinâmica do crime
Explosão
Segundo informações da Polícia Militar (PM), cerca de 15 criminosos participaram da ação.
Aos militares, testemunhas relataram que o grupo estava fortemente armado e usou explosivos nos caixas eletrônicos da agência.
Motorista baleado
Durante a ação, os criminosos abordaram dois caminhões na MG-393 para bloquear a rodovia, que dá acesso aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, além da cidade de Muriaé, na Zona da Mata mineira. O objetivo era impedir a passagem da PM até a agência bancária.
Na ocasião, um dos motoristas foi baleado de raspão em um dos braços porque tentou sair do local. A vítima foi socorrida para um hospital de Estrela Dalva. Ele teve alta, passa bem e prestou depoimento para a Polícia Civil.
Fonte: G-1 Zona da Mata