Mais duas mulheres denunciam padre por assédio sexual em Santa Luzia, na Grande BH
29/10/2021 16:20 em REGIÃO

 

Mais duas mulheres denunciaram, nesta sexta-feira (29), que foram assediadas sexualmente pelo padre José Carlos Pereira, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele é dono do colégio onde elas trabalharam por dois anos.

 

"Por cerca de um ano acontecia esse tipo de abuso. Era beijo forçado, mão dentro da blusa, pra chegar a tocar nos seios, mãos nas pernas. Toda vez que ficava sozinha com ele acontecia. E era só quando eu ficava sozinha", diz uma denunciante.
Uma terceira vítima também confiava no padre. Ela disse que foi batizada por ele, estudou na escola, onde trabalhou por quase cinco anos. Segundo ela, falas de mau gosto sempre existiram, mas os abusos físicos começaram há quase dois anos.
"O medo de ser só comigo e de ninguém acreditar, então a gente não tem coragem de falar. Assim, foi durante muito tempo, muito tempo sofrendo isso, sem ter coragem de contar pra alguém", fala.

 

Segundo o advogado Tiago Lenoir, que representa uma das vítimas, às sextas-feiras o padre dava dinheiro para funcionárias, depois de cometer abusos ao longo da semana. Era uma tentativa de comprar o silêncio das mulheres.

José Carlos Pereira é muito conhecido em Santa Luzia. Há 30 anos ele é o responsável pela igreja que fica no bairro São Benedito. Além disso, ele é dono de uma rede de ensino com dois colégios e uma faculdade, na mesma cidade.

A primeira denunciante disse que pediu demissão de uma das unidades por não aguentar as investidas do padre. Segundo depoimento dela à Polícia Civil, todas as sextas-feiras do ano em que ela trabalhou lá, houve alguma forma de assédio ou importunação sexual.

A vítima também relatou que o padre era um homem muito forte e a segurava com firmeza, que ela ficava sem reação e que o investigado deixava marcas nos braços de tanta força que tinha.

 

"Ele tocou o meu seio. Só que eu pensei que teria sido um esbarrão. Teve um episódio que ele me chamou na porta do colégio, ele beijou o canto da minha boca, e aí eu percebi que não era sem querer. Na próxima sexta aconteceu de novo. Ele me chamou na hora de se despedir ele tentou beijar minha boca. Eu travei a boca e ele tentava enfiar a língua dentro da minha boca".

A reportagem tentou contato com o padre, mas ele está com o telefone desligado.

Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está ocorrendo sob sigilo na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do município e que outras informações serão prestadas em momento oportuno para não atrapalhar os trabalhos investigativos.

Os advogados das vítimas disseram que vão procurar o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

A Arquidiocese de Belo Horizonte informou que confia no processo de apuração das denúncias, que busca a verdade em parceria com as autoridades e que, diante da seriedade da questão, é importante ter rapidez nas apurações para que tudo se esclareça.

 

Fonte: G-1 Minas

 

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