O infectologista Carlos Starling, que faz parte do comitê de enfrentamento à Covid-19 da cidade, disse que a indefinição da festa tem um motivo: a imprevisibilidade da doença.
“Apesar dos dados epidemiológicos atuais serem favoráveis, nós estamos lidando com uma doença com grau de imprevisibilidade enorme. (...) As vacinas que nós temos neste momento são muito eficazes, evitam formas graves, evitam óbitos, mas não evitam a transmissão do vírus, portanto ele continua circulando e é uma ameaça. principalmente em grandes multidões que, em ambiente externo, de rua, são incontroláveis”, pontuou.
O especialista considera inviável a solicitação de testes ou comprovante de vacinação em grandes multidões, como o caso do carnaval.
“Então, é extremamente arriscado nós falarmos em carnaval neste momento e fazer planejamento para isso e até mesmo para o réveillon”, falou Starling.
Já a subsecretária de Atenção à Saúde Taciana Malheiros cita a situação mundial. “Estamos vendo neste momento a Europa mudando toda a sua organização, inclusive voltando com lockdown e medidas não farmacológicas. Então, diante de tudo isso, é impossível prever como estaremos em fevereiro de 2022", disse.
O governador reconheceu que a situação no continente europeu traz preocupação. “Eu, pessoalmente, estou otimista. Nós estamos no verão, sabemos que a situação se agrava muito no outono, inverno. E vamos continuar fazendo tudo que é possível e tomando as medidas mais criteriosas para que não venhamos a ter esse repique”, afirmou.
Segundo Baccheretti, situação que mais preocupa o estado hoje é o exemplo de Portugal, onde a imunização está acima dos 80%, mas há registro de aumento de casos. “Estamos observando especialmente esses países com maior vacinação, porque é o que faremos paralelo com Brasil porque a gente deve alcançar esse mesmo índice. Estamos atentos para não cometermos erros e aprender. Temos que ter humildade para aprender com quem está vivendo antes da gente”, falou o secretário.
Nova estrutura do Eduardo de Menezes
As declarações do governador e do secretário sobre o carnaval foram feitas durante entrevista coletiva convocada para anunciar a construção de uma nova estrutura para o Hospital Eduardo de Menezes, atualmente sediado no Barreiro. A unidade é referência do tratamento de doenças infectocontagiosas, como a Covid-19.
A nova unidade será construída no bairro Gameleira, na Região Oeste. Ela terá 155 leitos, sendo 110 de enfermaria, dez de terapia intensiva, 15 de terapia semi-intensiva, dez no hospital-dia e dez na Unidade de Decisão Clínica.
Segundo o governo, em caso de necessidade, a estrutura terá possibilidade de adaptação em hospital do tipo “de campanha”.
Serão investidos R$ 200 milhões, por meio do acordo da tragédia de Brumadinho. Segundo o governador, a nova unidade ficará próxima à Fundação Ezequiel Dias (Funed) e será usada para complementar pesquisas desenvolvidas pela entidade.
Ainda será estudada qual destinação será dada ao prédio que atualmente abriga o hospital. Segundo Zema, o prazo de construção da nova unidade é de dois a três anos
Fonte: G-1 Minas