O jovem Raphael Dinnis, de apenas 12 anos, deu um show ao entrevistar o craque leopoldinense Zequinha. José Márcio Pereira da Silva, o ponta-direita Zequinha, que brilhou no Botafogo, Grêmio e também pela seleção brasileira, atualmente mora em Dallas, nos Estados Unidos, e esteve recentemente em Leopoldina.

O ex-jogador foi entrevistado pelo jovem que é estudante da 7ª série do Colégio Equipe, faz marketing digital e é jogador do La Masia. A entrevista foi realizada em um local cedido pela Sol & Neve de Leopoldina.

Confira:

Zequinha, ídolo e mestre

Presença do craque em Leopoldina trouxe ensinamentos e lágrimas de emoção

Por Orlando Macedo

Eu só o conhecia de fotos. Marcamos de nos encontrar no campo do Ribeiro Junqueira, para assistir um jogo das crianças. O pouco que eu sabia dele, pessoa, foi o que a simpática Deise, sua esposa, me passou nos telefonemas dados entre um compromisso ou outro do Grêmio USA, escola de futebol criada por eles nos Estados Unidos.

Apesar de ainda não ser a hora marcada, fiquei de olho no portão. E dali a alguns instantes surge um senhor que vai conversando com uma criança ou outra, que sequer tinham pistas do gigantismo carregado por aqueles ombros. O andar era de um senhor de idade, mas já daquela distância não havia como negar a aura imensa de uma criança.

Não demoramos mais que alguns segundos para nos apresentarmos e engatar naqueles papos que não têm mais fim, onde a hora não passa. Alguns logo o reconheceram, chamaram ele para beirada do campo, mas rapidamente ele se desvencilhou: entre política e futebol, a escolha era óbvia. E apesar de toda história que ele carrega, assistiu ao jogo como o torcedor mais fanático, vibrando com cada jogada dos pequenos.

Para completar, com toda a paciência do mundo, deu uma entrevista para o Raphael. E que entrevista! Não deixem de assistir, foi fantástica! E dela não falo mais, para não criar spoilers.

Esses parágrafos são o que melhor descrevem o que vi: um grande homem! Já tive oportunidade de ter estado com famosos das mais variadas estirpes, mas fama, sucesso e dinheiro não definem uma pessoa, muito menos um carrossel de vaidades. Zequinha não tem nada disso, e, posso dizer, se tivesse teria mais razão que qualquer uma dessas outras. Ali a meu lado estava aquele que do banco aprendia e torcia com Mané Garrincha. Que levantou as mais diversas torcidas brasileiras com seus dribles e sua velocidade. Que nos trouxe o tri campeonato mundial. Aqueles pés que tantas vezes acharam o Rei, inclusive em seu último gol pela seleção brasileira.

Fonte: Jornal O Vigilante