A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afastou uma servidora que aplicou uma seringa supostamente vazia durante a vacinação contra a Covid-19 de uma mulher em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Zona Sul da cidade. O caso aconteceu na segunda-feira (3) e foi flagrado pela vítima, que gravou o processo e postou o vídeo em uma rede social. Em conversa com a reportagem da Tribuna, a mulher, que preferiu não ser identificada, relatou como foi o ocorrido.

O caso aconteceu durante a aplicação de reforço da vacina da Janssen, que ocorre apenas nas unidades básicas de saúde de referência e no Espaço Cidade, no Centro. “Eu fui para vacinar, de manhã. A moça que aplicou, depois que eu entreguei o papel (cartão de vacinação), pediu para eu esperar um minuto para preparar a vacina. Normalmente são pessoas diferentes, mas quem me aplicou (o imunizante) foi a mesma que preparou”, conta a vítima. Durante o processo, a mulher gravou a aplicação e postou o vídeo nas redes sociais, celebrando a suposta imunização, que havia chegado após certo suspense.

Inicialmente, a vacina da Janssen era considerada como de aplicação única, diferentemente de todas as demais. No entanto, após análises laboratoriais, foi definida a necessidade de aplicação de dose de reforço também para o imunizante fabricado pela Johnson & Johnson, o que foi adotado em Juiz de Fora apenas em dezembro.

Entretanto, a suposta “falsa aplicação” foi observada pela juiz-forana após um seguidor ter alertado a vítima o que é facilmente notado ao ver a gravação, a que a Tribuna teve acesso. No momento em que a seringa é introduzida, ela já não aparentava conter qualquer líquido, da mesma forma que o equipamento não faz o movimento de compressão, natural das aplicações. O vídeo ainda foi fundamental para a mulher conseguir, ainda na tarde de segunda, liberação para voltar à UBS e conseguir a aplicação correta da dose da Janssen.

Segundo a vítima, depois de mostrar o vídeo, a enfermeira-chefe do local admitiu que a vacina realmente não havia sido aplicada e contatou a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (SS/PJF) para que fosse instaurado um processo administrativo contra a funcionária. “Ela ligou na minha frente (para a Secretaria de Saúde), explicou tudo, e uma responsável explicou o passo a passo que tinha que fazer”, relata.

Após o ocorrido, à reportagem, a vítima demonstrou indignação com o caso e alertou para a importância do processo administrativo. “Eu falei (para a enfermeira-chefe) que quero ficar sabendo de tudo que está acontecendo e do que vai acontecer durante o processo administrativo, porque é um erro inadmissível”, afirma.

PJF admite o erro e afasta servidora

Em contato com a reportagem, por meio de nota, a Secretaria de Saúde confirmou “o erro técnico na aplicação do imunizante”. Segundo a pasta municipal, além da abertura de um processo administrativo para analisar o caso, o executivo afastou a servidora envolvida no processo.

O Município ainda afirma que “em mais de 1 milhão de vacinas contra a Covid-19 aplicadas, esse é o primeiro registro desse tipo de erro técnico em Juiz de Fora”. A pasta municipal também lembrou que a vítima recebeu corretamente o imunizante ainda no mesmo dia, após a comprovação do erro na primeira tentativa de vacinação.

Fonte: Tribuna de Minas / Foto: Internet