Outras mulheres denunciam ex-presidente de comissão da OAB-MG por importunação sexual
Publicado em 14/02/2022 05:59
REGIÃO

 

Em coletiva de imprensa realizada neste domingo (13), quatro mulheres que acusam o ex-presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas (OAB-MG), Gilberto Silva, por importunação sexual deram detalhes dos episódios.

O caso vem ganhando repercussão desde a semana passada, quando a Polícia Civil abriu inquérito para investigar Gilberto pelo mesmo crime após a denúncia de uma outra advogada. Ela também participou da coletiva deste domingo.

Nenhuma das vítimas que falou com os jornalistas neste domingo quis se identificar. Uma delas é advogada e conheceu o Gilberto em um evento da OAB-MG. Segundo ela, em meados de abril do ano passado eles tiveram um envolvimento não assumido publicamente que durou aproximadamente um mês.

Cerca de cinco meses após o fim do relacionamento, a vítima contou que Gilberto a teria chamado para beber em um estabelecimento na avenida Alberto Cintra. No local, ainda segundo o relato dela, o advogado tentou reatar o relacionamento e ofereceu cargos dentro da OAB-MG caso ela aceitasse o pedido.

Após negar o pedido, eles discutiram e Gilberto teria insistido para que dormissem juntos. Ele também teria tentado agarrá-la e arrancou o celular da mão dela após a vítima tentar chamar um carro por aplicativo.

Com isso, eles foram embora no mesmo automóvel, onde Gilberto voltou a ter comportamentos agressivos e tentou colocar a mão nas partes íntimas dela. A vítima não teve coragem de contar o caso para a família. Segundo ela, no mês passado uma outra advogada pediu ajuda, contando um fato similar.

 

 

Caso de 2014

 

 

Outra vítima que falou com a imprensa relatou um fato ocorrido em 2014. Segundo ela, ela participou de uma festa de despedida em que Gilberto também estava. Ao chegar no local, a única cadeira disponível era a que ficava ao lado do advogado. A vítima conta que ele passava o braço por trás dela e que puxava a cadeira para perto. Ela conta que pediu para que ele se afastasse, mas que ele teria fingido não entender.

No local, ele também teria a chamado de morena bonita e pedido para fazer fotos, o que a deixou constrangida. Eles foram para outro bar e, no local, a vítima diz que o advogado a encurralou e encostou seu corpo ao dela, segurou as mãos dela e a beijou. Ela o empurrou e conseguiu sair.

Na sequência, ela foi embora do local e conta que, quando o táxi chegou, Gilberto a seguiu e conseguiu entrar no carro. Ela o empurrou e o motorista não fez nada. O carro seguiu caminho e durante o trajeto o advogado colocou a mão na perna dela e apertou. Ao chegar no destino, ele tentou entrar na casa dela, mas ela fechou a porta do prédio.

 

 

Caso de 2015

 

 

Em outro relato, Gilberto também teria importunado uma mulher em 2015. Segundo a vítima, ela havia acabado de entrar para a OAB Jovem e estava tomando café em um hotel de Montes Claros, onde haveria um congresso. Foi quando, nesse momento, o advogado teria falado que ela era linda e tinha a boca desenhada. Ela vestia uma roupa larga e longa e Gilberto teria dito que ela parecia "ser gostosa". Na época ela não entendeu o comportamento do advogado.

 

 

Resposta

 

 

Em nota, o escritório que representa o advogado informou que "está tomando conhecimento de todos os acontecimentos relatos acerca de sua pessoa e já está tomando todas as medidas necessárias, inclusive em face das Advogadas Presidente e Vice Presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da OAB/MG, por uso indevido do cargo".

 

 

Fonte: G-1 Minas

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