A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Leopoldina – uma entidade que presta serviços de imensurável grandeza, vive mais um drama para continuar suas atividades junto às crianças e adultos com necessidades especiais: a redução do número de professores, motivada pelo fim da Lei Complementar 100, que no ano de 2007 efetivou milhares de servidores públicos em Minas Gerais. Para saber mais detalhes da situação da APAE em Leopoldina, decidimos visitar sua sede, localizada na Praça Professor Botelho Reis, e conversar com sua direção, alunos e familiares, ou seja, aquelas pessoas que vivem diariamente os problemas da instituição. Assim fomos recebidos no começo da tarde desta quarta-feira (17) pela diretora Maria Célia de Morais Oliveira, carinhosamente chamada de Celinha, e Antônio Oilian de Souza, que já foi diretor financeiro da APAE e é pai da aluna Cássia.
Antônio Oiliam (foto), visivelmente preocupado com as dificuldades da APAE, comentou que na terça-feira foi realizada uma reunião com todos os pais para explicar a atual situação, na qual foi esclarecido que os alunos matriculados em outras escolas não são contabilizados no censo escolar, portanto o Estado cortou 6 professores. Se a inspetora não autorizar a contratação de professores, a APAE não vai conseguir atender a todos os alunos.
Celinha tem uma rotina profissional que mais parece um sacerdócio, chega na APAE às 07h00 e sai às 22h00. Ela explica que até o ano passado eram 18 professores mas que este ano são apenas 6, por causa da Lei 100. Preocupada com a situação, a diretora fez questão de nos mostrar as instalações do prédio e explicar sobre a importância daquele trabalho. Uma das salas está toda montada e com projeto para um trabalho diferenciado de AVD terapia ocupacional, com os alunos que precisam aprimorar sua habilidade em serem autônomos.
Celinha tem uma rotina profissional que mais parece um sacerdócio, chega na APAE às 07h00 e sai às 22h00.
A diretora também apresentou o projeto de uma sala de espera para os pais, onde existe um trabalho de acordo com um Congresso que abordou o tema “Afeto na dinâmica das relações familiares”. Às quintas-feiras funciona a escola dos pais, onde eles participam de um projeto pedagógico de políticas públicas e relacionamento. De acordo com a diretora a escola dos pais já está na terceira turma e ela precisa da ajuda de uma assistente social.
Em outro espaço, além dos esclarecimentos sobre as atividades desenvolvidas na quadra, Celinha faz uma pausa para destacar uma placa. Trata-se da homenagem à Dona Julinda Machado Barbosa, fundadora e primeira presidente da APAE Leopoldina, que dá nome à quadra, onde os alunos praticam atividades fisicas, esportes e danças.
Quadra de esportes Julinda Machado Barbosa, homenagem à fundadora e primeira presidente da APAE Leopoldina.
Perguntei sobre o número de alunos atendidos e Celinha esclareceu que até outro dia eram 48, hoje são 26 alunos no período da tarde e o dobro na parte da manhã, além de alunos no período noturno. “De manhã fica mais cheio, pois também atendem ao EJA. Uma professora que ainda será designada já está ajudando nos trabalhos. Eles terão atividades de esporte, cultura, lazer e qualificação profissional, além de artesanato especial para os meninos que já estão no mercado de trabalho. Devido à falta de profissionais estamos dividindo as turmas por dias”, informou.
Quando cheguei na primeira sala com os alunos, a professora falava do Dia do Repórter, comemorado na terça (16). Os alunos me fizeram várias perguntas. Expliquei, com palavras de fácil compreensão, que o repórter é a pessoa que cuida para que as notícias sejam feitas com seriedade e veracidade. Uma aluna quis conhecer a Redação do jornal e logo me prontifiquei para numa próxima oportunidade trazer os outros integrantes do jornalO VIGILANTE ONLINE e tirar suas dúvidas. Ao final da visita, uma outra aluna perguntou se poderíamos conseguir um professor pra eles, ou seja, eles estão cientes do drama vivenciado pela Associação.
A APAE em Leopoldina proporciona atendimento educacional especializado, mas apesar de ter todo material, não tem professores. No caso do EJA – Educação de Jovens e Adultos, não tem profissionais, pois 12 foram cedidos mas 6 ainda não foram efetivados. A Prefeitura de Leopoldina cedeu 4 profissionais, entretanto 2 vão tirar férias prêmio. Em âmbito do Município a diretora Celinha adiantou-nos que iria conversar com a Secretária de Educação, Regina Lúcia Barbosa Brito Oliveira, mas primeiro ela precisa de um posicionamento do estado para depois recorrer ao municipio. Quanto ao Estado, Celinha tenta falar na Superintendência, mas não foram liberadas as vagas. A diretora ainda não fechou as portas da APAE porque está existindo um mutirão.
No último dia 7 de fevereiro publicamos uma matéria divulgando Campanha lançada pela APAE Leopoldina em busca da apoio e ajuda de contribuintes.
A APAE de Leopoldina, localizada na Praça Professor Botelho Reis, atende a comunidade local e da região, proporcionando um serviço clínico gratuito e garantido a todos que dele necessitam, além da qualidade no ensino das crianças excepcionais e apoio às famílias. Atualmente, a instituição depende do apoio governamental e municipal, mas a contribuição de pessoas físicas e jurídicas se faz necessária para manter este atendimento diferenciado. A APAE preza pela excelência no atendimento, oferecendo também transporte e alimentação a todos os alunos.
A equipe APAE se mantém em constante atualização para receber as crianças que precisam deste atendimento, inclusive, atualmente todo o corpo clínico e pedagógico está se capacitando para receber e ajudar as crianças com microcefalia, identificada como epidemia no Brasil pelo Ministério da Saúde.
Temos o prazer de convidar a comunidade a conhecer a APAE e o trabalho realizado. Estamos sempre abertos a visitação e prontos para mostrar tudo que conseguimos com a ajuda dos parceiros e contribuintes, todas as melhorias para tornar a APAE cada vez mais, o segundo lar de nossas crianças.
Seja você também um contribuinte APAE! Colabore com sua cidade!!!
- Doações Perecíveis e Não Perecíveis (retiramos no local);
- Depósito em Conta: Banco do Brasil: Ag 0471-5 – CC 4160-2;
- Recolhimento por Mensageiro, ligue para (32) 3441-5779.
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O VIGILANTE ONLINE com Júlio Cabral.