Cresce uso de narguilé e cigarro eletrônico entre estudantes de 13 a 17 anos
01/06/2022 05:59 em REGIÃO

 

Cresce uso de narguilé e cigarro eletrônico entre estudantes de 13 a 17 anos, segundo pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo  Ministério da Saúde.

De acordo com o estudo, 22,6% dos adolescentes já experimentaram cigarro, pelo menos, uma vez. A porcentagem é ainda maior entre os jovens de 16 e 17 anos: 32,6% entre mulheres e 35% entre os homens.

O uso do narguilé entre adolescentes matriculados na escola também é considerado elevado e chega a 26,9%. O de cigarro eletrônico chega a 16,8% e o de outros produtos à base de tabaco, a 9,3%. O consumo é mais alto entre estudantes do sexo masculino de 16 e 17 anos.

As entrevistas foram feitas em 2019 com 159.245 adolescentes de 13 a 17 anos, em 4.242 escolas e 6.612 turmas de todo o país.

Outros resultados
A pesquisa da UFMG revela outros dados preocupantes. De cada 100 adolescentes entrevistados, 11 revelaram ter experimentado cigarro antes dos 13 anos. E 24% deles também revelaram que um dos pais era fumante.

"Número que deve ser visto com preocupação na medida em que estudos demonstram a relação de uso de cigarro por adolescentes com tabagismo entre os pais ou outras pessoas próximas, o que pode ser explicado pela teoria do aprendizado social e pela naturalização do hábito", avalia a coordenadora do estudo e professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Deborah Carvalho Malta.

Dados nacionais
A prevalência de experimentação de narguilé entre estudantes de 13 a 17 anos no Brasil foi de 26,9%, sendo mais elevada no Paraná (52,4%), seguido de Distrito Federal (50,6%), Mato Grosso do Sul (48,9%) e São Paulo (45,9%). Em Minas Gerais, 25,1% dos adolescentes relataram já ter experimentado esse produto. Os estados com menor percentual foram Pará (8,6%) e Maranhão (8,7%).

Em relação ao cigarro eletrônico, ele foi experimentado por 16,8% dos jovens alunos brasileiros. O Distrito Federal, seguido de Paraná e Mato Grosso do Sul, são os estados com maior prevalência, com 30,8%, 27,6% e 25,2%, respectivamente.

Em Minas Gerais, o índice foi de 18,3%. O Maranhão, com 8,3%, e o Piauí, com 8,7%, são os estados com menor percentual.

Ao analisar os indicadores segundo o tipo de escola, o estudo da UFMG e do Ministério da Saúde revelou que o uso dos produtos à base de tabaco, de todos os indicadores, foi mais elevado na escola pública, exceto a experimentação de cigarro em adolescentes de 16 e 17 anos e de cigarro eletrônico em todas as faixas etárias, que foram mais altas nas escolas privadas.

"A estratégia da indústria do tabaco consiste em ganhar novos clientes entre o público de adolescentes, por isso se deve ter tanta preocupação com a introdução desses novos produtos, que são a porta de entrada para fixar o hábito e a dependência ao tabagismo",  alerta Deborah Carvalho Malta.

Vale lembrar que o uso do cigarro eletrônico é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, sob a justificativa de que o produto produz os mesmos malefícios do cigarro comum. Já o narguilé está proibido desde 2014 em ambientes fechados, em função da lei de ambientes livres do fumo.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

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