'Apoiar o PT é impossível', diz governador Romeu Zema sobre segundo turno das eleições presidenciais
04/10/2022 05:41 em REGIÃO

 

Romeu Zema (Novo), reeleito governador de Minas Gerais, concedeu entrevista ao MG1, da TV Globo, no início da tarde desta segunda-feira (3).

Ele, que venceu a disputa com 6.094.136 votos - um total de 56,18%, adiantou que não vai apoiar o PT, que tem o candidato Lula na disputa para a Presidência da República. Além disso, afirmou que, em breve, será divulgado um posicionamento.

 

"Eu já adiantei que apoiar o PT é impossível . Minas Gerais teve problemas seríssimos. Uberlândia teve, Pouso Alegre teve e várias outras cidades que foram arrasadas por gestões desse partido. Nesse momento, nós estamos conversando com o presidente, com o PL, e as conversas estão sendo muito boas. Talvez hoje mais tarde, amanhã, nós já venhamos anunciar alguma questão porque o PL fez aqui na Assembleia Legislativa novos deputados. Então nós queremos deixar claro: 'as nossas propostas são essas, o PL está de acordo? Vai caminhar conosco?' Eu vejo que tem tudo para dar certo e, em breve, isso será comunicado ", explicou.

 

Zema começou a entrevista agradecendo os votos dos eleitores que acreditaram nas propostas dele e afirmou que o segundo mandato será melhor que o primeiro.

 

MG1: Como o senhor avalia o resultado nas urnas ontem?

 

Zema: "Com relação ao governo de Minas, nós tivemos um resultado que já, de certa maneira, era sinalizado pelas pesquisas, apesar de termos visto uma situação muito diferente na questão para presidente e também em vários estados do Brasil. Mas eleição é bom sempre aguardar que as urnas sejam apuradas porque surpresas estão sujeitas a ocorrer de última hora. Então, nunca nos consideramos o candidato favorito, mas sempre um candidato que estava competindo e apresentando as suas propostas".

 

MG1: Fazer um segundo governo melhor que o primeiro em que sentido? O que o senhor pretende fazer ou avançar?

 

Zema: "A minha situação hoje é muito diferente de quatro anos atrás. Há quatro anos, eu assumi um estado que estava em litígio com todos os prefeitos, que não confiavam mais no estado. Um estado que estava com a folha de pagamento atrasada, décimo terceiro atrasado pagamento das férias-prêmio, uma merenda escolar terrível e tudo isso já foi equacionado. E, além disso, nós hoje temos uma dívida administrável, diferente do que acontecia há quatro anos. A casa está arrumada, as secretarias funcionando, muitos projetos em andamento, como a reforma das escolas, a construção dos hospitais regionais, a recuperação das estradas. Tudo isso já está se encaminhando. Há quatro anos, nós não tínhamos nada, tínhamos era fogo para poder apagar. Hoje nós temos um estado que já começou a ser reconstruído. Então, o segundo governo será, obrigatoriamente, melhor que o primeiro".

 

MG1: Quais são os próximos passos do Regime de Recuperação Fiscal?

 

Zema: "Neste momento, o governo do estado está assentado com a Secretaria do Tesouro Nacional para que esse acordo seja formalizado. Vale lembrar que ele foi autorizado judicialmente pelo Supremo Tribunal Federal e, como eu sempre tenho dito, ninguém vai perder direitos. O estado de Goiás, o estado do Rio Grande do Sul já aderiram e vamos perguntar se alguém lá que trabalha no setor público está sendo prejudicado. Não foi. São estados que têm a prerrogativa de, a qualquer momento, falar: 'eu não quero mais continuar nesse plano' e ninguém quer interromper a adesão ao plano. Porque nós vamos ter 30 anos para pagar uma dívida vencida de R$ 50 bilhões e não cinco anos. Qual pessoal física, eu inclusive, que, ao invés de pagar dez prestações de R$ 1 mil, não vai optar por pagar 50 prestações de R$ 200? Essa diferença é que vai proporcionar a nós fazermos novos concursos públicos, darmos reajuste anualmente e termos mais recursos para a saúde, segurança e para recuperação das estradas. O plano é fundamental para o futuro de Minas. Só tem a temer esse plano aqueles que não querem que o estado dê certo". 

 

MG1: O senhor falou do reajuste aos servidores anualmente. Essa é a projeção e também continuar pagando em dia o salário dos servidores?

 

Zema: "Exatamente. A nossa projeção é que todo ano todos os servidores tenham uma recomposição salarial. Eu sou da opinião que é uma injustiça, algo inadmissível que alguém trabalhe em país que tem inflação, muitas vezes, de 3%, 5%, 8%, 10%, como foi há pouco tempo, ficar sem recomposição anual. É dessa maneira no setor privado, no Judiciário, no Legislativo e por que no Executivo vai ser diferente, vai ficar acumulando cinco, oito anos para ter depois um reajuste? Então, o ideal, e o que nós queremos, é um reajuste para todo funcionalismo de Minas Gerais, inclusive os aposentados e aqueles da reserva".

 

MG1: De todas essas pautas, qual o senhor considera que é o maior desafio?

 

Zema: "O maior desafio, sem dúvidas, é a criação de empregos e de oportunidades para os mineiros. São várias ações que hoje estão dentro desses objetivos. Primeiro atrair investimentos privados, estamos batendo todos os recordes, até o mês passado nós já atraímos R$ 260 bilhões, um valor assustador, já geramos mais de meio milhão de empregos com carteira assinada e é isso que dá dignidade para o mineiro. Então, nós vamos continuar e, complementando isso, nós estamos com o 'Trilhas de Futuro' - 130 mil alunos fazendo curso técnico em escola particular sem pagar e com auxílio alimentação e transporte para nós termos aqui mão de obra capacitada. Eu diria que esses dois pilares, emprego e gente capacitada, é o que vão levar Minas para frente e é a nossa grande prioridade"

 

MG1: O senhor já disse que pretende finalizar nos próximos quatro anos a construção dos hospitais regionais. Os moradores dessas regiões podem esperar a operação desses hospitais o mais breve?

 

Zema: "Pode sim. Fica aqui o meu compromisso com o pessoal de Governador Valadares, de Teófilo Otoni, Juiz de Fora, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis e Sete Lagoas, onde nós temos obras de hospitais regionais abandonadas. Nesse segundo governo nós inauguraremos esses hospitais que vão melhorar muito a saúde. E não é só isso que nós estamos fazendo pela saúde. Neste momento, nós estamos acabando de incluir todas as cidades do estado no serviço do Samu, que salva muitas vidas. E estamos também levando as cirurgias, os tratamentos de alta complexidade para todas as regiões do estado para evitarmos aquele episódio triste de 60 dias atrás em Poços de Caldas, quando uma moça que teve a maior parte do corpo queimado ficou aguardando quase uma semana para ser transferida para Belo Horizonte no João XXIII. Então esse tipo de tratamento será obrigatoriamente feito em todas as regiões do estado. Só vai vir para Belo Horizonte quando for de altíssima complexidade. O que for alta complexidade, cada região vai poder atender para evitar esse deslocamento grande e o sofrimento da família que, às vezes, precisa andar 500 quilômetros acompanhando o familiar querido que está internado. 

 

 

Outros assuntos

 

 

Durante a entrevista, Romeu Zema também afirmou que vai melhorar o transporte público, que pretende criar a Agência Estadual que vai regulamentar o transporte. O governador citou que o Rodoanel e as obras do metrô, que vão acontecer, vão ajudar a melhorar a questão do transporte.

Sobre as câmeras nas fardas dos policiais militares, Zema disse que os equipamentos já estão em teste e, em paralelo, vai ocorrer a digitalização da rede de rádio das forças de segurança. Sobre a Serra do Curral, o governador disse que o tombamento da serra já está sendo conduzido e há uma mesa de conciliação.

Questionado sobre a relação entre o Executivo e Legislativo, Zema disse que "quer ser um governo que vai trabalhar junto com a Assembleia Legislativa". Sobre a possibilidade de redução de secretarias, atualmente 12, ele disse que a não há previsão para redução.

 

 

Fonte: G-1MG

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