Ruralistas se mobilizam e pedem mais segurança na zona rural de Leopoldina e região
LEOPOLDINA
Publicado em 24/02/2016

 

A classe ruralista já vem sofrendo com o impacto da economia, falta de recursos para investimentos, entre outras situações que retratam um cenário angustiante para o produtor. Além de conviver com este tipo de situação, a falta de segurança na zona rural de Leopoldina e demais municípios da região tem deixado muitos produtores preocupados. 

Com o crescente número de ocorrências de furtos e roubos em propriedades rurais, a classe se uniu para reivindicar melhores condições de desempenhar o seu trabalho com segurança. Considerado uma das maiores bacias leiteiras do Estado de Minas Gerais, o município de Leopoldina, além de outros circunvizinhos, tem sido alvo freqüente da ação de bandidos.

Furto de gado, caminhões e tratores fazem parte de uma extensa lista, que também inclui vários implementos agrícolas.  Cansados de sofrerem com este tipo de situação, os produtores se reuniram para uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (23/02), na Fazenda São José do Paraíso, localizada na região da Serra da Vileta, no município de Leopoldina – local onde foi furtado um trator seminovo avaliado em R$70.000,00.

Estiveram presentes algumas vítimas e representantes de entidades ligadas ao campo, como a Cooperativa Agropecuária da Região Leste de Minas Gerais, representada pelo seu presidente Pedro Augusto Junqueira Ferraz; o presidente da Associação dos Criadores de Girolando Sem Fronteiras, Paulo Cruz Martins Junqueira e o presidente do Sindicato Rural de Leopoldina, Salviano Junqueira Ferraz – que também é vice-presidente da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), além da presença da imprensa televisiva (TV Integração – afiliada à Rede Globo) e escrita (Jornal Leopoldinense). 


Equipe de Tv Integração em Leopoldina.

Para Salviano Junqueira Ferraz, tudo indica que é uma quadrilha que vem praticando crimes na região, pois da forma como eles atuaram na Fazenda São José do Paraíso, seria necessária a participação de muitas pessoas.  “Além desta fazenda, nossa família tem outra propriedade no município de Argirita, onde foram roubadas dezessete cabeças de gado de corte, avaliadas ao todo em R$42.000,00 – somando-se com o roubo mais recente do trator, nosso prejuízo ficou em torno de R$112.000,00”, comentou. 

Ferraz disse ainda que a sensação de insegurança é péssima, tendo em vista que seus familiares estão com medo de ir à fazenda. “Quando vamos para o campo, buscamos a sensação de paz e tranquilidade que a roça nos proporciona, mas não é isto o que vem ocorrendo ultimamente”, completou. 


Salviano Junqueira Ferraz aponta para o local onde o trator foi furtado. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)

Na Fazenda Cruzeiro, que fica localizada no sentido do Distrito de Providência, o produtor Mauro Zaquine, utilizava o seu caminhão e trator para diversas atividades. Ele guardava os veículos num galpão às margens da rodovia BR116, próximo à Cooperativa dos Produtores de Leite – que foi arrombado, sendo levado o seu trator e caminhão, somando um prejuízo de R$90.000,00. Desde 2013 até hoje, o caso está se solução.

Em 2014 o produtor Ricardo Reis Junqueira, proprietário da Fazenda Santa Luzia, no município de Pirapetinga, teve um prejuízo estimado em R$35.000,00 em virtude de um roubo de trinta e cinco cabeças de boi de corte. Ele também tem propriedades em Leopoldina e convive com a insegurança que assola nossa região. O seu caso, até hoje não foi solucionado. 

Em entrevista ao jornal Leopoldinense, o Dr. Rafael Sporck da Costa, delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos, comentou que o inquérito sobre o furto na Fazenda São José do Paraíso ainda está aberto e o caso ainda está sendo investigado. Perguntado se existe uma quadrilha especializada, ele não acredita nesta hipótese. O delegado crê que a atuação de bandidos na zona rural, de modo geral, tenha o envolvimento de pessoas da própria região e não de uma organização criminosa especializada.

O Dr. Rafael comentou ainda que não considera que houve um aumento expressivo nas estatísticas de roubos e furtos na zona rural, e que o evento é esporádico. “De qualquer forma, a Polícia Civil está atenta com as ocorrências registradas”, garantiu. 

A Polícia Militar, responsável pela patrulha rural, dispõem de apenas uma viatura e dois policiais para fiscalização da extensa área rural no município de Leopoldina, considerado uma das maiores áreas da região, totalizando em 942,7 km2.

O presidente da Cooperativa Agropecuária Região Leste de Minas Gerais -  Coopleste-  comentou que no Brasil existe a maior carga tributária do mundo, e, infelizmente, não é dada a Polícia Civil e Militar condições adequadas para trabalhar.

O presidente da Associação dos Criadores de Girolando Sem Fronteiras, Paulo Cruz Martins Junqueira, comentou que o momento é de união dos produtores. “Penso que o problema é nacional. Na cidade já está tão difícil para a polícia, imagina no campo”, questionou.

Fonte: Jornal Leopoldinense Online

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