A Polícia Civil de Minas Gerais tenta identificar se os dois corpos encontrados no fim de semana em Unaí, a 605 km de Belo Horizonte, são da cunhada e sogra da cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, do Distrito Federal. A mulher e sete pessoas da família dela estão desaparecidas desde a última sexta-feira (13).

Naray Paulino, diretora do IML (Instituto Médico-Legal) de Belo Horizonte, onde os corpos estão, informou nesta quarta-feira (18) que, segundo os suspeitos presos, as duas vítimas seriam as mulheres.

"Agora, a busca é para que os parentes possam encaminhar materiais para o exame de DNA. A outra operação é encaminhar os exames de DNA daqui para Goiás e fazer o restante dos exames lá. Ainda estamos avaliando a logística. Vamos fazer o que pode ser feito da forma mais rápida ou segura", disse Naray.

Alex Dionísio, chefe do serviço de antropologia do IML de Belo Horizonte, disse que os corpos estavam carbonizados e aparentam ter sido expostos à ação de fogo e alta temperatura por longo tempo.

"Uma pergunta que a gente sempre faz é se durante a carbonização as vítimas estavam vivas ou mortas. Todos estes exames estão em andamento, assim como uma coleta de DNA", disse Dionísio.

O perito também informou que as análises iniciais mostram que as vítimas são uma mulher mais velha e outra mais nova, mas as idades ainda não foram constatadas. "Nós podemos afirmar que não é criança. Esse trabalho é demorado porque exige processamento de vários materiais. Precisa ser feito com cautela, para não destruir o material [em análise]", detalhou.

Na sexta-feira, outro carro com quatro corpos carbonizados, ainda sem identificação, também foi encontrado em Cristalina (GO), no entorno do Distrito Federal.

O caso

A investigação do paradeiro da família começou na última semana, quando o filho de Elizamar da Silva acionou a polícia e relatou o desaparecimento da mãe. Os três filhos dela, que são menores de idade, os sogros, a cunhada e o marido também sumiram.

Três homens foram presos por suspeita de envolvimento no desaparecimento da família. Um deles disse à polícia que a morte de Elizamar e dos seis parentes foi encomendada pelo marido dela e pelo sogro.

O homem afirmou que os supostos mandantes queriam ficar com R$ 400 mil que a sogra de Elizamar tinha da venda de uma casa e outra quantia que a cabeleireira mantinha no banco. A Polícia Civil do Distrito Federal informou que eles não conseguiram ter acesso ao montante.

Veja quem são os desaparecidos:

Elizamar da Silva, cabeleireira;

Thiago Gabriel, marido de Elizamar;

Renata Belchior, mãe de Thiago;

Gabriela Belchior, irmã de Thiago;

Marcos Antônio, sogro de Elizamar;

criança menor de idade, filho de Elizamar;

criança menor de idade, filho de Elizamar; e

criança menor de idade, filha de Elizamar.

Fonte: R7MG