Minas lidera ranking de pessoas resgatadas em condições de trabalho análogas ao de escravo
25/01/2023 05:07 em REGIÃO

 

1070 trabalhadores em condições de trabalho análogas às de escravidão foram resgatadas em Minas Gerais em 2022. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (24). 

Minas liderou o ranking nacional, que contou com um total de 2575 pessoas resgatadas em 462 fiscalizações realizadas em todo o país. O número resultou em mais de R$ 8 milhões em indenizações de direitos trabalhistas. 

O maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão aconteceu em uma fazenda de cana-de-açúcar em Varjão de Minas, no Alto Paranaíba, onde 273 pessoas foram resgatados em condições degradantes de trabalho. No total, 73% das ações ocorreram na zona rural.

Perfil dos trabalhadores

Dados do seguro-desemprego pagos aos trabalhadores resgatados mostram que 92% eram homens, sendo que 29% tinham entre 30 e 39 anos. 51% residiam no nordeste do Brasil e outros 58% eram naturais da região. 83% se autodeclararam negros ou pardos, 15% brancos e 2% indígenas.

Migrantes

148 resgatados eram migrantes de outros países, o dobro em relação a 2021. Foram encontrados pelas equipes 101 paraguaios, 25 bolivianos, 14 venezuelanos, 4 haitianos e 4 argentinos.

Trabalho Escravo Infantil 

O relatório demonstra que 35 crianças e adolescentes foram encontrados pelas equipes submetidas a trabalho análogo ao de escravo. Do total de resgatados, 10 eram menores de 16 anos e 25 tinham entre 16 e 18 anos no momento do resgate.

O chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), Maurício Krepsky, destaca que a Lei de Migração prevê a autorização de residência para as vítimas de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação de direito agravada por sua condição migratória.

“Nesses casos, o requerimento é encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública pela Inspeção do Trabalho, garantindo assim a permanência do migrante no país, caso assim seja sua vontade”, explicou.

Fonte: Hoje em Dia

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