Vereadores de BH aprovam em 1º turno projeto que permite que prefeitura assuma o transporte em ônibus
03/02/2023 04:19 em REGIÃO

 

Com 39 votos favoráveis e nenhum em contrário, a Câmara Municipal de BH aprovou, em primeiro turno, nesta quinta-feira (2), o projeto de lei que autoriza a Prefeitura a assumir o serviço de transporte público de passageiros na cidade. 

O vereador Gabriel (sem partido), presidente da Câmara, lembrou que no próximo dia 31 de março encerra-se o subsídio concedido aos empresários do setor.

E que uma saída urgente precisa ser pensada pela PBH, para que haja garantia da continuidade da prestação do serviço, já que o Legislativo não deve aprovar novo repasse ao setor. 

Fim do subsídio

O PL 332/2022 autoriza a Prefeitura, na qualidade de poder concedente, a encampar o serviço de transporte coletivo de passageiros decorrente de contratos celebrados com os consórcios Dez, BH Leste, Dom Pedro II e Pampulha, assinados em 2008. 

De autoria dos vereadores Gabriel (sem partido), Marcos Crispim (PP), Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB) e Wanderley Porto (Patri), o texto original autoriza ainda o Município a “assumir todos os bens utilizados pelas concessionárias que sejam necessários a garantir a continuidade e atualidade dos serviços, aproveitamento de recursos humanos em atividade sem a transferência de encargos por eventual rescisão do vínculo trabalhista”. 

Diante da iminência do término do subsídio de R$ 237 milhões concedidos, no ano passado, aos empresários, o chefe do Legislativo chamou a atenção para a importância da aprovação do texto.

"Esse PL garante que, se os empresários de ônibus não quiserem cumprir com suas obrigações a partir do fim do subsídio, a Prefeitura tem o direito de encampar ônibus, empresas, garagens, para garantir o serviço da população", declarou.    

Iniciativa privada e estatismo

Concordando com a urgência de uma solução, alguns parlamentares, como Marcela Trópia (Novo) e Uner Augusto (PRTB) defenderam que a gestão deste serviço deve estar a cargo da iniciativa privada.

 "O dinheiro do pagador de impostos do belo-horizontino não pode ser tratado com descaso e não podemos pensar em uma via estatista, porque de fato o transporte público deve sim ser fiscalizado pelo Executivo e pela Câmara, mas o lugar dele, por natureza é na iniciativa privada. Aí sim, garantimos um pagamento módico de tarifa e uma qualidade melhor dos serviços", afirmou o parlamentar do PRTB.

Já Iza Lourença (Psol) e Bruno Pedralva (PT) se manifestaram pela relevância da medida ao possibilitar a ação do poder público quando a iniciativa privada demonstra falta de eficiência. "É um texto que está unindo todas as posições na Casa e ele é quase uma estatização, quando a iniciativa privada não dá conta do serviço", disse o parlamentar do PT.

Emenda apresentada ao texto segue agora para apreciação das comissões de 2º turno, antes que possa ser colocada em votação definitiva no Plenário.

Fonte: Hoje em Dia

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