Polícia apreende explosivos durante operação nas sedes das torcidas organizadas e casas de líderes
10/02/2023 13:13 em REGIÃO

 

As sedes da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, e da Galoucura, do Atlético, foram alvos de uma operação policial nesta sexta-feira (10). Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão - 20 em residências dos presidentes e sete nas sedes - em BH e na região metropolitana. Nos imóveis foram apreendidos explosivos, bastões de madeira e ferro que seriam utilizados em um provável confronto e até materiais das torcidas adversárias, que eram exibidos como troféus pelos rivais. Dois Termos Circunstanciados de Ocorrência foram assinados, mas ninguém foi preso.

Mais de 100 militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar participaram das diligências, que contou também com a presença do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e oficiais de Justiça. 

Em coletiva de imprensa, a promotora de Justiça e coordenadora do GAECO, Paula Ayres Lima, disse que a ação é só uma parte de uma investigação que está em andamento. “A operação busca angariar provas para um procedimento de investigação instaurado pelo Ministério Público que tem indícios de uma organização criminosa que pratica rixa, incitação ao crime e porte de arma de fogo. A ideia é angariar elementos para provar esses ilícitos”, explicou.

A operação também visa também coibir qualquer tipo de confusão que poderia ocorrer durante o clássico da próxima segunda (13) entre Atlético e Cruzeiro, válido pelo Campeonato Mineiro, às 20h, no Independência.

“Tem um caráter preventivo. Temos o clássico segunda-feira à noite. Vimos um movimento de certo tumulto, planejamento, de um confronto armado na próxima segunda”, disse a promotora. 

Investigações

A ação policial é mais um movimento contra a escalada de violência entre torcedores em Belo Horizonte. Segundo Marcos Paulo Souza Miranda, promotor de Justiça, os envolvidos marcavam encontros pela internet e até mesmo enviavam fotos armados, como forma de desafio.

“Essas apurações vão objetivar identificar os autores que estão fazendo apologia ao crime, disparo de arma de fogo, incitação. Nas redes sociais identificamos imagens sendo mostradas para grupos adversários. Tudo indicava um aparente desafio entre essas duas organizadas”, explicou. 

Os próximos passos da investigação serão dados após a análise do material apreendido nesta sexta. O promotor destacou o histórico de crimes violentos dos grupos. “A partir do momento que fazemos a extração do material será impossível identificar os integrantes. Sabemos que existe grupos de enfrentamento entre eles. Existe um desafio, uma cultura, de agredir os integrantes e subtrair bens como bandeiras e camisetas. Tudo isso vai ser possível com uma análise do conteúdo”, disse.

Fonte: Hoje em Dia

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!