A arquiteta Janaína Cardoso, de 47 anos, assumiu uma cadeira de vereadora de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (13), como suplente do ex-vereador Léo Burguês (União). O então parlamentar, alvo de um pedido de cassação, renunciou na última semana.

Janaína, que promete atuar na causa animal e também na de mobilidade urbana, assinou o termo de posse com o cãozinho Ralph nos braços.

“Precisamos de pessoas dispostas na causa animal. Existem muitas pessoas para fazer maldade com eles. Eu defendo também a mulher na política. Estar no espaço em que ela quiser. Se ela quer ficar em casa cuidando dos filhos, como eu fiquei há algum tempo, pode”, disse a arquiteta ao ser empossada.

A parlamentar deveria ter tomado posse do cargo na última quinta-feira (9), mas foi barrada por estar com o CPF desatualizado, ainda com o nome de casada. Ela foi mulher do deputado federal e ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro Marcelo Álvaro Antônio. Janaína também tinha um débito eleitoral: uma multa de cerca de R$ 2.200, referente a gastos de campanha.

“Eu tinha recorrido [da multa]. Estava em processo. Eu não imaginava que o Léo iria renunciar”, explicou ela sobre o atraso no pagamento.

A representante do União Brasil disputou a eleição de 2020 pelo PSL e recebeu 3.717 votos. Ela é da regional Barreiro. A parlamentar tem três filhos e uma neta. Entre os pets de que ela cuida, estão três cães e um gato, que vivem no apartamento dela, e ao menos outros oito animais que vivem em outros locais mas ficam sob sua responsabilidade.

“Eu acredito em uma política de verdade, que faz a diferença para a vida das pessoas. Essa questão ideológica que se viu muito na Câmara de BH, para mim, era falácia. Eu via questões discutidas que eram de âmbito federal. Nós, quanto agentes políticos, temos que entender a diferença. Não costumo dizer que sou de esquerda ou direita. Costumo dizer que sou de uma política que quer pensar e saber o que é melhor a população”, disse.

A arquiteta vai ocupar a vaga deixada por Léo Burguês, que renunciou pouco antes da votação que decidiria a abertura de um processo de cassação contra ele.

O agora ex-vereador foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. Uma das suspeitas é de rachadinha — quando um político exige que funcionários repassem a ele parte do salário.

Fonte: R7MG