A Polícia Civil de Leopoldina registrou uma ocorrência nessa quinta-feira, 13 de abril, referente a um suposto jogo de automutilação e incentivo ao suicídio – o desafio da Baleia Azul. A mãe de um jovem procurou a Delegacia e disse que seu filho, de 18 anos, já teria realizado “tarefas” de automutilação, tendo cortes reproduzindo a imagem de uma baleia em seu braço. O caso será investigado para apurar quem iniciou o grupo que incentiva o “jogo” no município.
O desafio da Baleia Azul vem sendo apresentado a crianças, adolescentes e jovens através de grupos nas redes sociais (principalmente Facebook e WhatsApp). “É um jogo russo […] são 50 desafios, você começa ouvindo músicas psicodélicas e o instrutor só te libera para dar início ao jogo às 4:20 da manhã… o último desafio de número 50 é tirar a própria vida, dando aí fim ao jogo”, diz uma das mensagens que apresenta o desafio. São 50 desafios de graus variáveis de dificuldade, como tirar uma fotografia assistindo a um filme de terror, se filmar no alto de um edifício e até mesmo se cortar tentando desenhar uma baleia no braço com uma lâmina de barbear quebrada.
Em Minas Gerais, um jovem de 19 anos teria sido a primeira vítima do “jogo”. Ele foi encontrado morto em Pará de Minas, na Região Central do estado, na quarta-feira (12). Gabriel Antônio dos Santos Cabral era casado e tinha uma filha de 40 dias. Segundo reportagem do Estado de Minas, Gabriel vinha tentando deixar o grupo, mas sofria uma pressão muito grande e nos últimos dias vinha agindo de forma estranha. No local onde o corpo foi encontrado, foram localizadas cinco cartelas vazias de um antidepressivo. A suspeita é de que ele tenha ingerido dezenas de comprimidos na noite anterior. A Polícia Civil já está investigado o caso. O celular dele foi apreendido e constatado que o grupo em que ele participava continha participantes de todos os estados do Brasil, com idades entre 10 e 20 anos.
O comandante do Ciop (Centro Integrado de Operações Policiais) postou em uma de suas redes sociais um alerta sobre o desafio.
“Converse com seu filho menor ou adolescente e pergunte se ele está participando do jogo ‘Baleia Azul’ ou ‘Blue Whale’. Em João Pessoa, já há diligências para averiguar denúncia de que crianças de uma escola já teriam se mutilado, como pacto decorrente do jogo, que configura ao final uma espécie de pacto suicida. A investigação ainda é inicial e segue sob sigilo”, disse o tenente-coronel.
No primeiro desafio do jogo, a criança é coagida a utilizar uma lâmina para desenhar uma baleia azul no braço e mandar as fotos para os criminosos. Os desafios evoluem e se tornam cada vez mais perigosos, como se pendurar em janelas de edifícios e se jogar contra veículos em movimento. O comandante do Ciop orienta para que os pais fiscalizem as redes sociais dos filhos e busquem conversar com eles, explicando sobre os perigos desse suposto jogo para evitar que algo pior aconteça.
Pelo Mundo
Na Rússia, já foram registrada a morte de mias de 100 adolescentes participantes do jogo mortal. Em todos os casos, as vítimas deixaram uma mensagem de despedida. O governo russo criou uma campanha para alertar os pais e os adolescentes para o risco deste jogo, já que no últimos anos 130 menores se mataram por causas diversas no país.
Jogo
No Brasil, os grupos fechados do jogo intitulado “Baleia Azul” somam mais de 15. Em tese, os participantes precisam seguir os 50 passos determinados pelos administradores do grupo. Quase sempre essa determinação era envia por volta de 4h20 aos participantes, que precisavam enviam fotos e vídeos para comprovar que a tarefa havia sido cumprida. O último desafio do jogador que participa destes grupos era cometer o suicídio.
Ameaças
Alguns participantes que tentavam deixar o jogo antes do fim, eram ameaçados pelos administradores do grupo, que afirmavam saber o endereço de cada jogador e de sua família.
O curador – como é conhecido o administrador do jogo – mostra aos participantes todos os dados referente a eles e, dessa forma, a pessoa que pretende interromper o desafio acaba indo até o fim, resultando na morte.
Fonte: O VIGILANTE ONLINE/Com informações:Guia Muriaé e Jornal O Tempo