Ainda conforme a denúncia, alguns pneus eram retirados de uma ambulância e colocados em outras para que as viagens pudessem ser feitas. “Fazia uma troca das que estavam sucateadas e colocava nela”.
Quanto à documentação, o homem não deu detalhes. “Quanto a isso [documentação], ele [proprietário da empresa] não passava pra gente, ele contratava, entregava a chave do carro e falava a viagem que tinha para fazer”.
Ainda de acordo com a denúncia, tanto a enfermeira Alessandra Chagas Motta quanto a médica Daniela Moraes Miranda Reis, mortas no acidente, já teriam viajado em situações adversas.
“Fiz uma viagem com essa enfermeira morta e a médica para Petrópolis e, quando cheguei perto de Pedro do Rio, parecia que ambulância ia desmanchar. Se chegasse a 80km/h, tinha que tirar o pé”.
O g1 questionou a Prefeitura sobre quando foi realizada a última manutenção na ambulância e em quais condições ela foi liberada para trafegar, mas não recebeu resposta até a publicação dessa reportagem.
A TV Integração conversou com Anderson Stehling, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde, que criticou a falta de fiscalização.
“É uma coisa absurda. O carro não estava licenciado, o pneu estava careca, Deus sabe outras coisas que essa ambulância não tinha. E isso preocupa a gente, põe em risco os profissionais – três deles faleceram, e os pacientes".
Stehling não deu detalhes sobre legislação para operação de ambulâncias, mas questionou o cumprimento inadequado do contrato.
“Nenhum carro pode estar nessa situação, muito menos uma ambulância, contratada pelo serviço público. Quando você faz uma licitação, uma das exigências é a capacidade da empresa em oferecer um serviço de qualidade dentro da lei. Nesse caso, teve o total desrespeito à lei com o conluio do ente Público, que não fiscalizou o contrato”.
Logo após o acidente, a reportagem procurou a empresa para falar sobre os problemas apontados pela PRF e também a respeito da manutenção das ambulâncias, mas não houve resposta.
A TV Integração esteve nesta quarta-feira (27) na sede da Guardiões Resgate, no Bairro Poço Rico, mas não conseguiu falar com o responsável.
Fonte: G-1 Zona da Mata