Único herdeiro da família após o assassinato dos pais abandonou imóveis e não pagou impostos
Um dos casos que mais chocaram o Brasil nos anos de 2000 foi o assassinato do casal Manfred e Marísia Von Richthofen em 2002. O crime foi arquitetado por Suzanne Von Ritchtofen, filha das vítimas, e pelo namorado Daniel Cravinho.
Quase 22 anos após o crime, Suzane, que cumpriu pena e está em regime aberto, está grávida e mora com o pai de sua filha em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Já o irmão dela, atualmente com 36 anos, está desaparecido. Único herdeiro da fortuna valiosa da família, Andreas Von Richthofen, acumula dívidas que chegam a R$ 500 mil e abandonou vários imóveis dos pais.
Andreas ganhou, na época, o direito de herdar todo a fortuna dos pais, avaliada em R$ 10 milhões, já que a irmã, outra possível herdeira, foi quem arquitetou o assassinato do casal. Entre os bens da herança estavam carros, seis imóveis, terrenos, a mansão que a família morava que foi vendida em R$ 1,6 milhão e dinheiro em aplicações no banco.
Segundo a coluna "True Crime", do jornalista Ulisses Campbell, Andreas atualmente enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados, somando um montante de R$ 500 mil devidos.
Ainda segundo o jornalista, duas casas que faziam parte da herança chegaram a ser invadidas clandestinamente. Uma delas é o imóvel que a família morou antes de se mudar para o local em que o casal foi assassinado. Esta casa fica localizada na Vila Congonhas, em São Paulo, e é avaliada em um milhão de reais. Durante este tempo, duas empresas se instalaram no local e, após a saída delas, Andreas recusou propostas de compra e abandonou o imóvel. Recentemente, uma família se instalou lá clandestinamente. Outros dois imóveis dos Von Richtofen também já foram ocupados por invasores que acabaram ganhando o título de propriedade por usucapião, que é quando tem a "aquisição de imóvel por meio da posse prolongada, contínua, pacífica e sem oposição".
A "True Crime" também afirma que a prefeitura da cidade de São Paulo e do município de São Roque processam Andreas por dívidas de IPTU. Uma das casas da família tem uma dívida de R$ 48.524,07 em tributos atrasados, até novembro de 2023. A casa em que a mãe de Andreas tinha uma clínica de psiquiatria também tem uma dívida de R$ 20.170,17 até julho de 2023.
Durante a pandemia, Andreas se refugiou em um sítio da família em São Roque. Desde janeiro de 2023 ele desapareceu, quando a irmã começou a cumprir pena em regime aberto. A advogada de Suzane teria feitos vários contatos com Andreas durante este período, tentando um encontro entre os irmãos, mas não teve sucesso.
Os dois nunca se encontraram desde que Suzane foi presa em 2002.
Foto: Reprfodução/O Tempo
Fonte: O Tempo