Pacientes reclamam de espera no atendimento no Pronto-Socorro Municipal de Leopoldina
31/05/2017 07:35 em LEOPOLDINA

 

O Pronto-Socorro Municipal da Casa de Caridade Leopoldinense (CCL) voltou a ser motivo de reclamação entre pacientes. Há anos o hospital enfrenta uma grave crise financeira, apesar dos ajustes na administração. Na tarde desta terça-feira, 30 de maio, leitores do jornal O VIGILANTE ONLINE entraram em contato com a Redação informando sobre a demora no atendimento e também relatando que a situação estaria crítica na sala de espera. No local, a reportagem conversou com uma paciente que aguardava atendimento desde às 7h00, e que teria tido o atendimento realizado por volta das 13h00. Segundo uma senhora de 62 anos, que aguardava o atendimento, os relatos são frequentes. Pacientes de outros municípios também são atendidos pelo Pronto-Socorro Municipal de Leopoldina.

A crise no PSM de Leopoldina não é novidade. Em Comunicado com data de 21 de fevereiro, assinado pela Provedora Vera Pires, a Casa de Caridade Leopoldinense informou que após negociação junto à Secretaria Municipal de Saúde e o Prefeito Municipal, estaria assinando naquela data o convênio para a prestação dos serviços do Pronto-Socorro de Urgência e Emergência. A Mesa Administrativa informou também que em nenhum momento paralisou os atendimentos aos pacientes e não houve prejuízo ao atendimento médico hospitalar.

A Casa de Caridade Leopoldinense informou que o atendimento aos pacientes segue normal. Segundo o administrador hospitalar da CCL, Wolney Aguillar, o problema acontece porque os pacientes que não são para serem atendidos no Pronto-Socorro estão se dirigindo ao PSM. De acordo com Wolney, são pacientes que devem ir até o PSF ou até a UBS para atendimento e como às vezes não há médicos nestes locais, os pacientes estão vindo para o Pronto-Socorro.

O administrador hospitalar acrescentou que isso é que sobrecarrega o Pronto-Socorro.“Sessenta a setenta por cento do atendimento médico no Pronto-Socorro são oriundos de pacientes que não são para o Pronto-Socorro, são pacientes que seriam olhados na Policlínica, na UBS, no PSF. Aqui não é lugar de se fazer ‘consulta’, aqui é lugar de atendimento de urgência e emergência, conforme o Protocolo de Manchester”, justificou.

Wolney mencionou que nesta terça-feira (30), uma paciente de 43 anos de idade, vítima de um AVC muito violento, teve a assistência dos dois médicos, no CTI também, e os médicos ficaram duas horas com a paciente. “Aí o pessoal lá fora fica reclamando da demora no atendimento, mas não sabe a gravidade do paciente que está sendo atendido. Então, se uma pessoa chega no PSM às 07h00 ou 08h00 e demora em média 4 horas para ser atendida, ela está dentro do Protocolo de Manchester. Tem um banner deste Protocolo do lado de fora do PSM. Como em Leopoldina não temos Policlínica acaba sendo atendido aqui no Pronto-Socorro”, esclareceu.

Sobre os critérios para o atendimento, Wolney Aguilar esclareceu que na triagem, que classifica por cor o grau de gravidade do paciente, ele é avaliado se é um paciente destinado ao Pronto-Socorro ou ao PSF. “Se for destinado ao Pronto-Socorro ele será atendido, se for ao PSF ele só será atendido depois que aqueles do Pronto-Socorro forem atendidos. O paciente que recebe a cor verde espera até 2 horas, mas alguns esses casos são do PSF. E a maioria que for azul (os azuis são de PSF), mas querem ser atendidos aqui, talvez pela facilidade de ter um médico aqui direto, não ter que ficar… o médico marca amanhã, vem amanhã de manhã o médico não vai, vem a tarde o médico já foi. E também pela facilidade de ter laboratório e Raio-X, a pessoa acha que chega aqui e faz tudo”, relatou.

Concluindo os esclarecimentos, Wolney disse que a demora no atendimento às vezes se faz necessária devido ao comprometimento do médico, que entende não estar ali para atender consultas. “Ele tem ali na área vermelha (área grave), mais vinte pacientes que ficam em observação. Fora isso os médicos dão cobertura às intercorrências de urgência e emergência dentro do hospital. Eles não estão ali para consulta. Vem pessoa consultar, pedir atestado médico, pedir receita de remédio, aqui não é lugar pra isso, mas mesmo assim, todos que nos procuram, dentro do prazo, serão atendidos”, concluiu.

Na tarde desta segunda-feira (29), faixas pretas foram colocadas na fachada do prédio da CCLpara chamar a atenção dos pacientes e das autoridades de saúde em alusão à campanha ‘Luto pela Saúde’. A instituição realiza aproximadamente 4.700 internações por ano, o que corresponde a mais ou menos 400 internações por mês. De acordo com Wolney Aguilar, administrador hospitalar da CCL são realizados 3.800 atendimentos ambulatoriais mensalmente, ou 139 por dia. O administrador acrescentou que 130 pacientes cadastrados, de Leopoldina e região, estão em tratamento de diálise. Sobre as dificuldades da Casa de Caridade Leopoldinense, o administrador esclareceu que o dinheiro pago pelo SUS há mais de 10 anos não sofre reajuste em sua tabela de internações.

Fonte: O VIGILANTE ONLINE

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