Coronavírus pode permanecer no espermatozoide por até 110 dias após a infecção inicial, diz estudo
INTERNACIONAL
Publicado em 17/06/2024

 

O coronavírus pode continuar em espermatozoides por até 110 dias após a infecção inicial, apontou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Para quem pretende ter filhos, o recomendado pode ser ter um período de “quarentena” após a infecção.

Os pesquisadores coletaram amostras de sêmen de 13 pacientes de 21 a 50 anos infectados com a doença de forma leve, moderada e grave e que foram atendidas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Apesar de todos terem testado negativo para a presença do vírus, ele foi identificado em espermatozoides de 8 dos 11 pacientes que tinham quadros moderados ou graves.

Um dos dois pacientes com covid-19 leve também tiveram o vírus identificado em espermatozoides. Segundo Jorge Hallak, coordenador do estudo e professor da FMUSP, “os espermatozoides produzem ‘armadilhas extracelulares’ baseadas em DNA nuclear, ou seja, o material genético contido no núcleo se descondensa, as membranas celulares do espermatozoide se rompem e o DNA é expulso de forma extracelular, formando redes semelhantes às descritas anteriormente na resposta inflamatória sistêmica ao sars-cov-2”.

O professor se refere a um mecanismo imunológico chamado NET (armadilha extracelular neutrofílica, na sigla em inglês), que é uma estratégia de defesa usada pelo neutrófilo, um tipo de glóbulo branco que compõe a linha de frente do sistema imunológico.

Quando esse sistema é ativado, os neutrófilos lançam “redes” para o meio extracelular de modo a isolar, prender, neutralizar e matar agentes invasores. Porém, as NETs são lesivas a outros tecidos do organismo.

Os resultados da microscopia eletrônica revelaram que os espermatozoides produzem armadilhas extracelulares baseadas em DNA nuclear para neutralizar o agente agressor e se “suicidam” no processo. 

Fonte: Site da Rádio Itatiaia

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