A Polícia Federal (PF) apreendeu cerca de R$ 200 mil em dinheiro vivo na residência do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB-RJ) em busca e apreensão nesta quinta-feira (4). Esta foi a nova fase da Operação Venire, que apura fraudes sobre a inserção de dados falsos de vacinação da Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. Um dos beneficiados teria sido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PF), que já foi indiciado no âmbito dessa investigação.
Segundo os agentes da PF, as cédulas estavam em uma mochila e em bolsos de paletós do ex-prefeito. Do total, cerca de R$ 164 mil estavam em notas de real. Também foram encontrados aproximadamente US$ 7,5 mil e uma quantidade em euros que ainda será contabilizada pela corporação.
Após a operação, Reis foi levado para a sede da PF em Duque de Caxias. A origem do dinheiro ainda é desconhecida pelos investigadores e será apurada, assim como o fato de estar guardado em espécie na casa do político.
A primeira fase da operação foi deflagrada em março e os agentes apontaram que servidores públicos do município ajudaram a registrar dados falsos de vacinação de Bolsonaro, de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, além de familiares de ambos e de seguranças da família do ex-presidente.
Em nota publicada após a operação, Washington Reis nega que tenha cometido irregularidades e diz que enfrenta desafios “em meio a uma polarização política intensa” no país.
“O ano de eleições traz consigo muitas tensões e, infelizmente, também covardias. Durante minha gestão como prefeito de Duque de Caxias, enfrentei críticas e fui processado por não adotar medidas de “fechamento” da cidade e por não estocar vacinas, pensando sempre na população”, afirma o ex-prefeito.
Durante seu mandato à frente do município, Reis gerou polêmica após ter sido o primeiro prefeito do país a desobrigar o uso de máscaras em meio à pandemia, com menos da metade da população local vacinada.
Fonte: Jornal O Tempo