Ex-presidente da Santa Casa de Juiz de Fora é acusado de pagar multas do próprio carro com dinheiro do hospital por 10 anos
REGIÃO
Publicado em 11/07/2024

 

O ex-presidente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Renato Loures, foi acusado pelo Ministério Público de usar dinheiro da unidade de saúde para pagar multas de trânsito do carro particular delealém de viagem internacional para a esposaLoures foi afastado da presidência em junho de 2023 durante a Operação 'No Mercy', que apura desvios de R$ 8 milhões do hospital.

 

Desde o início das apurações, já foram apresentadas três ações criminais quatro ações de improbidade contra ele, sendo que em uma delas a filha dele, Moema Loures, e o genro, Fábio Gonçalves, também foram acusados por superfaturarem serviços de arquitetura, honorários médicos e aluguel do imóvel da escola de enfermagem.

 

 

Multas de trânsito e viagem internacional

 

Agora, a esposa do médico, Flávia Reis Falci Loures, também está sendo acusada em uma das ações de improbidade. Segundo a promotora de Justiça, Danielle Vignoli, foram apurados uso do dinheiro que deveria ser utilizado na Santa Casa para:

 

  • pagamento de multas de trânsito de veículos particulares de Renato Loures entre janeiro de 2013 a junho de 2023;
  • reembolsos feitos pela Santa Casa referente a despesas de viagens e passagens aéreas entre 2014 e 2023 feitas pela esposa do médico;
  • pagamentos feitos pela Santa Casa de assento mais conforto, bebidas alcoólicas e frigobar solicitado por Renato, sem qualquer limitação de valor.
"Verifica-se nas diversas situações apontadas o desvio de finalidade das despesas suportadas pela Santa Casa de Misericórdia para custear viagens de pessoa não vinculada a ela e, ainda que vinculada, por gastos que fogem completamente à finalidade institucional" cita a petição do MP.

 

O órgão pede que a Justiça aceite a acusação com ressarcimento de cerca de R$ 63 mil, com correção monetária e acréscimo de juros de mora.

 

A reportagem entrou em contato com a defesa dos acusados, que informou que “as imputações lançadas pelo Ministério Público, assim como os pedidos condenatórios consignados na ação, não procedem, conforme ficará demonstrado na forma e momento processualmente adequados”.

A Santa Casa de Misericórdia disse que a instituição não é ré nesse processo e não irá se posicionar sobre o assunto.

 

Santa Casa é vítima, diz MP

 

A Santa Casa de Misericórdia é uma instituição privada de caráter filantrópico e recebe recursos púbicos do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde, além de recursos próprios do município.

 

"[...] Grande parte dos recursos percebidos pela entidade filantrópica [...] destinou-se ao custeio de despesas gerais do hospital, além da aquisição de medicamentos e insumos para atendimento de pacientes [...] Assim, é a Santa Casa é sujeito passivo material (vítima) dos atos ímprobos praticados", cita o documento enviado pelo MP.

 

Como presidente da instituição, Renato Loures responde pelos atos ímprobos por induzir e concorrer dolosamente para a prática do ato de improbidade.

 

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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