Com 90 óbitos, câncer de pulmão é o que mais matou em Juiz de Fora no ano passado
REGIÃO
Publicado em 02/09/2024

 

Com 90 óbitos, o câncer de pulmão é o que mais matou em 2023 em Juiz de Fora, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Já neste ano, até 12 de agosto foram 35 óbitos pela neoplasia.

O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo em homens e mulheres, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre 2023 e 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano no BrasilA neoplasia acontece por um crescimento desordenado de células anormais no pulmão. Dependendo do tipo e estágio do câncer, ele pode afetar os tecidos sadios à sua volta.

 

Além disso, as células tumorais podem se espalhar por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras partes do corpo, dando origem a novos tumores, chamados de metástases.

 

Tabagismo é o principal fator de risco

 

A médica e cirurgiã torácica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Juliana Dias Nascimento Ferreira, explica que o principal fator de risco é o tabagismo e a exposição passiva.

 

“Noventa por cento de todos os cânceres de pulmão estão relacionados ao tabaco, incluindo o vape. O paciente que fuma um maço por dia por 40 anos tem um risco 20 vezes maior de desenvolver a doença”, afirmou.

 

 

Diagnóstico precoce é desafio

 

Nas fases iniciais, o câncer de pulmão tem poucos sintomas, o que faz o diagnóstico precoce ser um desafio e, ao mesmo tempo, fundamental, pois permite um tratamento com maior possibilidade de cura.

Segundo a médica, 84% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio avançado no Brasil, o que dificulta os tratamentos.

Juliana Dias informa, ainda, que a sobrevida global em cinco anos é de apenas 18%, mas os estudos mostram que o rastreamento do câncer de pulmão é uma forma efetiva de reduzir a mortalidade.

 

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica recomenda que tabagistas ou ex- tabagistas de 50 a 80 anos que pararam há menos de 15 anos, com carga tabágica igual ou superior a 15 anos-maço, realizem exames, como tomografias computadorizadas de baixa dose de radiação, anualmente.

 

  • Para fazer a conta da carga tabágica basta multiplicar o número de maços por dia pelo número de anos.

 

 

“Dependendo dos achados no exame tomográfico, os pacientes podem ser encaminhados para biópsia, cirurgia ou acompanhamento clínico radiológico”, explica a profissional da saúde.

 

 

Tosse é o sintoma mais comum

 

O sintoma mais comum é a tosse, que pode estar relacionada à bronquite crônica ou irritação devido ao tabagismo.

No entanto, se esse sintoma se agravar ou estiver acompanhado de sangue no escarro e falta de ar, é indispensável procurar um médico.

Outros sinais menos frequentes incluem:

 

  • perda de peso;
  • febre;
  • dor torácica.

 

 

Tratamento

 

O tratamento da doença depende do tipo e estágio, exigindo uma abordagem multidisciplinar e suporte ao paciente.

“Nas formas iniciais pode ser apenas cirúrgico e curativo, mas também pode ser com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia ou associações entre eles”, relata a cirurgiã torácica.

A doença causa um grande impacto na vida do paciente, não apenas relacionados aos sintomas da doença e reações ao tratamento, mas também as condições psicológicas e piora na qualidade de vida.

 

Em Juiz de Fora, são conveniados para tratamento contra o câncer de pulmão:

 

  • Instituto Brasileiro de Gestão da Saúde (IBG, antigo Hospital João Felício);
  • Hospital 9 de Julho/Instituto Oncológico;
  • Ascomcer;
  • HU-UFJF.

Fonte: G-1 Zona da Mata

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