Negociação da dívida bilionária da Venezuela com o Brasil segue paralisada
INTERNACIONAL
Publicado em 19/11/2024

 

Após a escalada de tensão entre Brasil e Venezuela, o governo brasileiro não pretende reatar a boa relação com o regime de Nicolás Maduro. Enquanto o relacionamento entre os dois países passa por um esfriamento, a dívida que Caracas tem com o Brasil segue sem previsão de ser quitada. O débito, que supera a casa de US$ 1,6 bilhão, teve os pagamentos suspensos desde 2017. A relação entre a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ditador Nicolás Maduro ficou estremecida nos últimos meses e, conforme apurou a Gazeta do Povo com membros do Itamaraty, não há interesse, neste momento, em “reconstruir as pontes rompidas” com o país. O autocrata venezuelano escalou o tom contra o Brasil após o governo brasileiro se opor à adesão da Venezuela aos Brics.

Para analistas consultados pela reportagem, o afastamento visto entre os dois países pode deixar a questão da dívida em último plano. "O momento delicado das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela obviamente é um fator que pode influenciar no atraso maior ainda do pagamento que a Venezuela deve com Brasil", avalia Guilherme Gomes, consultor de comércio internacional da BMJ Consultores Associados. “Ainda que as tratativas dessa dívida sejam baseadas em critérios técnicos e baseados em contrato, há um elemento político [por trás dessas negociações]”, pontua Gomes. O analista avalia ainda que, um eventual rompimento dos dois países, pode culminar ainda em uma decisão de Maduro de jamais retomar os pagamento.

Quando assumiu para seu terceiro mandato, Lula tentou reatar as negociações da dívida com a Venezuela, apostando em sua aproximação com o chavismo. O petista defendia a ideia de que os pagamentos, suspensos desde 2017, não haviam sido retomados nos últimos anos porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia cortado as relações bilaterais com Maduro durante seu mandato. “Vamos ser francos. Os países que não pagaram, seja Cuba ou Venezuela, é porque o [ex-]presidente [Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional com esses países e para não cobrar e poder ficar nos acusando, deixou de cobrar e tenho certeza que no nosso governo esses países vão pagar, porque são todos amigos do Brasil e, certamente, pagarão a dívida que têm com o BNDES”, disse Lula em fevereiro de 2023. Mas nem mesmo sua aproximação de Maduro destravou os pagamento.

Fonte: Site Gazeta do Povo

 

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