Vereador de Cataguases Maguinho quer proibir músicas e shows com apologia ao crime e drogas
REGIÃO
Publicado em 13/02/2025

 

Diversos políticos país afora estão propondo nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e até no Congresso Nacional projetos de lei com a mesma temática. Se aprovados irão proibir a contratação de shows e de artistas “que envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”. A iniciativa tem causado polêmica país afora e foi apelidada de “Lei Anti Oruam”, já que o rapper foi citado como exemplo de um dos que não poderiam se apresentar caso a lei estivesse em vigor.

E Cataguases não ficou atrás. O vereador Maguinho, Carlos Magno de Melo Nobrega, do Republicanos, é o autor do texto similar que – se aprovado – vai valer para o município. Ele apresentou seu projeto de lei logo na sessão de instalação dessa legislatura. Questionado se esta é uma atitude articulada pelos partidos de direita, ele negou. “Eu soube do projeto da vereadora do União Brasil de São Paulo, Amanda Vettorazzo (a primeira a tomar esta iniciativa), gostei e resolvi adaptá-lo para a nossa realidade aqui em Cataguases e, nos próximos dias, será apreciado pelos meus pares”, contou.

Maguinho esclareceu que o projeto, caso se torne lei, vai proibir o município de contratar artistas que façam apologia ao crime e ao uso e tráfico de drogas. “Mas, por exemplo, o Clube do Remo, o Aexas, ou qualquer empresário que queira fazer um evento desse tipo em Cataguases, de cunho particular, sem recursos públicos, com as pessoas pagando seus ingressos, continuará liberado, como é hoje”, explicou. Ele reconhece também que hoje em dia, com a internet presente na vida das pessoas o tempo todo, a divulgação deste tipo de conteúdo é muito rápida, “por isso precisamos ter meios de controlar isso, e o projeto de lei tem esse objetivo”, completou.

Contudo, negou qualquer viés de censura em seu projeto de lei. “A arte está aí pra todos usufruirem dela. O que este projeto de lei busca é evitar que o dinheiro público seja gasto com artistas e shows que façam apologia, que incentivem o uso de droga e a criminalidade. Não acho que o Estado ou o município devem financiar este tipo de arte. Há muitas outras ações artísticas que precisam do apoio do governo”, finalizou o vereador. Aos 22 anos, Oruam é filho do traficante Marcinho VP, preso por crimes como homicídio qualificado, formação de quadrilha e tráfico de drogas. É, também, apontado como líder da facção criminosa Comando Vermelho.

Em 2024 Oruam se firmou de vez como um dos rappers mais promissores do gênero atualmente, conquistando cada vez mais destaque. Mesmo sem nenhum disco, o músico tem mais de 10 milhões mensais de ouvintes no Spotify. O cantor passeia pelo funk, R&B e rap, com músicas sobre ostentação, sexo e as suas origens.

 

* Com informações do site do Marcelo Lopes  

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!