Polícia investiga se organização criminosa dos falsos carteiros está envolvida em outros golpes em Juiz de Fora

REGIÃO

Publicado em 13/02/2025

A Polícia Civil investiga se a organização criminosa, que estaria aplicando golpes em idosos ao se passar por falsos carteiros, também é responsável por outras fraudes em Juiz de Fora e região. Na terça-feira (11), um dos golpistas foi preso após capturar uma imagem para reconhecimento de uma idosa de 71 anos na cidade. Outros dois comparsas também foram detidos, e um quarto continua foragido. O crime ocorreu no sábado (8). Outro caso semelhante foi registrado no dia 25 de janeiro, quando um homem se passou por funcionário do Tribunal de Justiça para enganar uma senhora de 79 anos. Segundo o registro policial, o estelionatário disse que precisava entregar uma notificação extrajudicial em nome de um banco para a vítima.

Paulo Renato, parente da idosa, disse ao g1 que, ao tomar conhecimento, a família entrou em contato com o banco onde a vítima tem conta bancária. No total, foi retirado da conta dela mais de R$ 50 mil. A família ainda contou que o documento da notificação continha o timbre do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com dados corretos da idosa, como nome completo, CPF, estado civil, profissão e endereço.

Ao g1, o TJ informou que notificações extrajudiciais não fazem parte do trabalho do judiciário, sendo de responsabilidade de Cartórios de Registro de Títulos e Documentos. O trabalho do oficial de Justiça está relacionado a citações, intimações, penhoras, remoções de bens, conduções coercitivas, constatações, fiscalizações, desocupações e reintegrações de imóveis, entre outras atividades judiciais, informou o tribunal.

Em nota, a Polícia Civil informou que está apurando se os casos estão relacionados e se envolvem os mesmos golpistas. Segundo a vítima, o homem, que usava uma camisa com a identificação dos Correios, disse que precisava entregar uma encomenda para ela.

A mulher então assinou em uma folha de papel e anotou um número de documento.
Em seguida, o golpista pediu para tirar uma foto do rosto da vítima para confirmar que a entrega havia sido realizada.
Após o reconhecimento facial, ele explicou que precisaria retornar com o produto à agência, pois havia um erro no campo do remetente, e que voltaria, o que não ocorreu.
Depois da chegada das filhas da vítima no imóvel, a família desconfiou do golpe. Como forma de prevenção, foi solicitado bloqueio da aposentadoria da idosa, para nenhum empréstimo ser feito no nome dela. Em nota, os Correios informou que não solicita fotos e nem impressão digital dos clientes para recebimento de encomendas. Para a entrega de objetos registrados, é exigida somente a apresentação de um documento de identificação com foto e a assinatura.

De acordo com a estatal, os empregados e prestadores de serviços devem estar obrigatoriamente caracterizados com o uso uniforme completo:

empregados próprios: calça ou bermuda azul, camiseta amarela e boné azul, todos com a logo dos Correios;
terceirizados: é obrigatório o uso do colete azul, também com a marca dos Correios.

Para os dois casos, é obrigatório o uso do crachá funcional com foto. A empresa reforçou que clientes que passarem por situação semelhante devem procurar as autoridades policiais.

Fonte: Site do G-1 Zona da Mata