NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA 

Vera Maria Valle Pires, ex-Provedora da Casa de Caridade Leopoldinense

Diante da matéria veiculada pelo portal “Bom Dia Leopoldina”, sob o título “EXCLUSIVA!”, que apresenta de forma unilateral e distorcida supostas falhas na gestão financeira da Casa de Caridade Leopoldinense (CCL), venho a público, em respeito à população de Leopoldina e em defesa da minha honra, prestar os seguintes esclarecimentos.

Repudio com veemência as alegações infundadas divulgadas na matéria, baseada em relatórios de auditorias e comissões de intervenção conduzidos sem isenção, sem contraditório e sem me conceder o direito de apresentar minha versão. Os documentos apresentados não retratam a verdade dos fatos nem o legado de uma gestão pautada na ética, na transparência e, sobretudo, na caridade

Quando assumi a Provedoria da Casa de Caridade, a instituição se encontrava em estado crítico: salários atrasados há três meses, escassez de insumos, dívida superior a R$ 13 milhões e risco iminente de fechamento — fato que chegou a ser divulgado pela imprensa, como a TV Integração. Enfrentamos a crise com muito trabalho e dedicação. Com a colaboração de uma equipe comprometida, conseguimos reverter esse cenário de colapso.

Deixei a instituição com salários em dia, nenhum débito com fornecedores, estrutura hospitalar modernizada, e com um saldo positivo de cerca de R$ 9 milhões — valores oriundos da ação da TUNEP e que estavam retidos nas contas da Prefeitura. Tal fato foi reconhecido pelo atual interventor Marcio Machado em pronunciamento na Câmara Municipal.

Além disso, deixei um Precatório de aproximadamente R$ 50 milhões a receber pela instituição — valor este que poderia viabilizar a realização de um grande sonho da população de Leopoldina: a construção de um novo e moderno hospital, já com projeto planejado durante minha gestão. Contudo, lamentavelmente, o atual Prefeito já declarou que não irá construir o novo hospital, optando por aplicar esse montante no prédio antigo, contrariando o espírito de renovação e melhoria contínua da saúde pública.

Também foi sob minha liderança que construímos a UTI Neonatal,  que será fundamental para garantir atendimento especializado e salvar vidas de recém-nascidos em nossa região.

Cabe ainda esclarecer que os R$ 2,5 milhões apontados na matéria como suposta dívida decorrem de dois fatores técnicos:

1. Mudança na empresa de contabilidade, que alterou a forma de lançamento e contabilização de despesas e créditos

2. Retirada de materiais consignados, como os da empresa TRAUMINAS, que deixava materiais ortopédicos de alto valor no hospital e os recolheu no período, gerando distorções contábeis sem refletir débitos reais da instituição.

Durante minha gestão, sempre prezamos pela transparência e realizamos auditorias externas regulares, com consultorias independentes. Diante das evidentes divergências entre os números atuais e os dados auditados anteriormente, sugiro que a Câmara Municipal recomende uma auditoria verdadeiramente imparcial e independente, com acompanhamento da sociedade, para apuração justa e transparente dos fatos.

Vale lembrar que, se realmente houvesse o caos financeiro descrito na matéria, seria impossível que a atual intervenção mantivesse salários em dia e ainda concedesse aumentos a médicos e servidores nos últimos meses. Os números não sustentam a narrativa da reportagem.

Também é preciso dizer que não posso responder por falhas individuais de médicos ou profissionais, e não me cabe julgá-los. Mas posso afirmar, com absoluta tranquilidade, que jamais me envolvi em qualquer ato que maculasse minha integridade.

Tenho plena convicção de que estamos aqui de passagem — e jamais sujaria minha história por qualquer vantagem. Não acumulo tesouros aqui. Minha casa é outra.

Quanto aos ataques pessoais e à acusação leviana de corrupção, mantenho minha serenidade. A opinião pública, muitas vezes influenciada por interesses ocultos, pode ser dura. Mas lembro, com humildade, que até Jesus foi preterido a Barrabás, e nem por isso deixou de cumprir sua missão com dignidade. É com essa fé que sigo.

A divulgação dessa matéria, justamente na véspera da minha ida à Câmara Municipal para prestar esclarecimentos, revela o receio de que a verdade venha à tona. 

Ao que tudo indica, a tentativa é de desviar a atenção da população para o que de fato ocorre no hospital em minha ausência: crescimento de filas, relatos de desassistência, queda na qualidade do atendimento e um visível retrocesso no serviço prestado à comunidade.

Não deixarei as inverdades sem resposta. Como diz o ditado: “quem cala, consente.” E eu não consentirei com calúnias. 

Agradeço a todos que conhecem minha trajetória, que reconhecem a transformação vivida pela Casa de Caridade Leopoldinense durante minha gestão e que sabem que o que me move é o amor ao próximo, não qualquer forma de poder ou ganho.

Por fim, rezo por todos os que me atacam injustamente. E sigo firme, com a consciência tranquila e o coração em paz, confiando que a justiça será feita — nos tribunais dos homens e, acima de tudo, diante de Deus.

Vera Maria Valle Pires 

Ex-Provedora da Casa de Caridade Leopoldinense 

15 de abril de 2025

Fonte: Site do Jornal Leopoldinense