Lira Musical 1º de Maio enfrenta dificuldades e pede apoio para continuar em atividade
24/07/2017 07:34 em LEOPOLDINA

 

A Lira Musical 1º de Maio, de Leopoldina, uma das mais tradicionais entidades culturais do nosso município, vive um dos momentos mais difíceis de sua história. Prestigiada por décadas desde sua fundação, em 1º de maio de 1975, nos últimos anos a Lira Musical vem enfrentando dificuldades, superando adversidades para se manter viva, em atividade, encantando quem tem a oportunidade de assistir suas apresentações.

Com pouca ou quase nenhuma ajuda, a Banda resiste através de abnegados jovens e adultos que não desistiram do sonho que levou seus fundadores a criarem a corporação musical, que se transformou em uma referência musical de Leopoldina, apresentando-se nestes 42 anos em centenas de eventos, na cidade e região, abrilhantando inaugurações, solenidades, datas cívicas, enfim, levando a música às praças, coretos, ensinando jovens e adultos a tocarem vários instrumentos, abrindo novos horizontes para a comunidade.

  Na quinta-feira, 20 de julho, nossa reportagem foi recebida na sede da corporação pelo maestro Bruno Cruz e pelo músico Ronaldo Apolinário (Naná), que também é um entusiasta da Banda. De acordo com o maestro, as dificuldades orçamentárias da Lira para custear despesas de luz, água, manutenção de instrumentos e as aulas para os alunos, dentre outras, são despesas muito grandes diante da falta de recursos. 

O maestro Bruno informou que desde sua fundação, em 1975, a Banda – que atualmente conta com os esforços em sua presidência de Francisco Mendonça Gama, está instalada na Rua Presidente Carlos Luz, nº 680, centro da cidade, imóvel da União Beneficente Operária Leopoldinense (UBOL), entidade fundada em 18 de setembro de 1927 e que antigamente cuidava dos operários. “Nós funcionamos aqui, portanto, quanto ao local não há problemas, pois a UBOL nos empresta o recinto para os ensaios, e a gente funciona dessa forma.”

   A Lira Musical 1º de Maio deveria receber alguma subvenção do município, mas, segundo Bruno (foto), há alguns anos o repasse não acontece e na última vez que foram beneficiados a colaboração foi no valor de R$ 2 mil reais, o que corresponderia em um ano a pouco mais de R$ 160 reais por mês, quantia insuficiente para cobrir as despesas com luz, água, material didático, palhetas, óleo lubrificante, pagamento do maestro para dar as aulas, manutenções, material de limpeza, etc. Sobre a quantia necessária para manter em pleno funcionamento a corporação musical, Bruno avalia que algo em torno de R$ 2 mil reais mensais permitiria que a Banda funcionasse normalmente.

“Tentamos encontrar empresas para nos apoiarem, mas não conseguimos. Os ensaios também foram suspensos, porque falta o básico para suas realizações”, lamentou o maestro, que também é trombonista na Lira.

Devido aos problemas, atualmente a Lira Musical 1º de Maio consegue se apresentar com 16, 18 músicos. “No geral são 20, 21 músicos, mas é normal que alguns faltem”, explicou Bruno. Perguntado se este número de integrantes é pequeno em relação ao que já foi a Banda, o maestro respondeu que o número de músicos está diminuindo e a tendência é diminuir ainda mais, porque como não há processo de renovação, as aulas estão paralisadas. “A tendência é essa”, constatou o maestro, esclarecendo que as aulas não estão sendo realizadas por falta mesmo de recurso: “Desde novembro/dezembro do ano passado, eu achei melhor parar, em face da falta de recursos para manter as aulas, falta de material didático necessário, porque a banda nunca cobrou nada dos alunos”, justificou.

    Ronaldo Apolinário – Naná (foto ao lado), é um batalhador pela cultura em Leopoldina. Ele considera que é indiscutivelmente um momento difícil, conturbado. “A Banda já está há aproximadamente 8 meses sem aulas. Até então o maestro Bruno dava as aulas gratuitamente. Hoje a Banda não tem palhetas, cadernos para escrever partituras, o mínimo necessário para funcionar não tem”, revelou. Bruno avalia que 60% dos instrumentos da Lira estão velhos, vão se deteriorando sem óleo lubrificante, sem as palhetas, por exemplo.

“Nós sabemos que a Banda de Música é uma das principais expressões culturais de Minas Gerais e a Lira 1º de Maio é um ícone na cultura municipal. Por aqui passaram vários instrumentistas de renome. O momento da Lira 1º de Maio hoje é deprimente. Nós não podemos deixar caquética uma Banda com a envergadura e a história que esta Banda tem”, comentou Naná, destacando que tirar as crianças das ruas e ter contato com a cultura, são alguns dos importantes papeis desempenhados pela Banda.

A Lira 1º de Maio chegou a ter 20 alunos em um único dia. “O espaço aqui permite este número”, esclareceu o maestro, citando que tanto jovens quanto senhores estudavam ali, e mencionou que a partir de 8 a 9 anos é uma idade apropriada para iniciar na Banda. Segundo o maestro Bruno, a Lira Musical 1º de Maio tem se apresentado em torno de 6 a 7 vezes por ano, mas o ideal seria entre 12 e 15 apresentações. “Com um número de músicos maior, seria possível atender uma agenda mais intensa”, concluiu.

Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a secretária municipal de Cultura, Jussara Thomaz, disse que considera a Lira 1º de Maio muito importante para Leopoldina. “Nós estamos tentando criar métodos para podermos ajudar estas instituições. A Lei de Subvenção não pode mais ser repassada, então estamos regulamentando a Lei de Incentivo à Cultura, pois já temos um fundo com recursos para publicar o edital. Assim que ela for regulamentada nós vamos montar editais nos quais as bandas tradicionais de Leopoldina estarão enquadradas.”

Perguntada se isso aconteceria ainda este ano a secretária adiantou que daqui a dois meses os editais serão publicados. “Os editais que serão publicados são promissores, inclusive para acabar com esse tipo de problema que está acontecendo na cidade, ou seja, as pequenas bandas que não têm incentivo. Eu acho que fazendo os editais esse problema será resolvido. Não são editais de valor muito alto, mas são vários durante o ano, que vão poder ajudar.” Jussara antecipou que a secretaria está tentando atender tanto as bandas quanto os artistas musicais da cidade, publicação de livros, gravação de cds, etc. Ela também comentou que informalmente sabia das dificuldades que a Lira 1º de Maio estava enfrentando mas não havia sido informada sobre a urgência da situação.

Foto: Maestro Bruno Cruz

O jornal O Vigilante Online esclarece aos empresários que se disponham a apoiar a Lira 1º de Maio para que entrem em contato com o maestro Bruno Cruz (32 – 98827-0291) ou com Ronaldo Apolinário – Naná (32 – 98847-9732).

Fonte: O Vigilante

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