Secretaria de Saúde de Minas esclarece sobre casos de macacos encontrados mortos em Leopoldina
LEOPOLDINA
Publicado em 29/11/2017

 

Os corpos dos primatas foram encaminhados para exames em Belo Horizonte, para confirmar ou não tratar-se de Febre Amarela.

A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais encaminhou esclarecimentos à Redação, relacionados aos casos de macacos mortos encontrados no município de Leopoldina e noticiados no dia 23 de novembro pelo Jornal O Vigilante Online, após alerta feito pelo vereador Waldair Costa, durante pronunciamento na reunião da Câmara Municipal do dia 21 de novembro.

De acordo com a matéria, o vereador Waldair tornou pública a informação de que alguns macacos mortos foram encontrados no distrito de Tebas, como forma de alertar para a possibilidade de casos de Febre Amarela naquela região. O alerta foi compartilhado com os parlamentares presentes naquela reunião.

Esclareceu a notícia que “a doença é transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Pela seriedade do problema, tanto o vereador Waldair Costa, quanto o vereador Jacques Vilella, estão atentos às ocorrências ligadas ao encontro de macacos mortos no município.”

Devido a algumas informações desencontradas, de que 5 ou 6 macacos mortos teriam sido encontrados na região, números que não foram confirmados pela Secretária Municipal de Saúde Lúcia Gama em entrevista concedida ao Jornal, e que alguns primatas mortos foram encaminhados para a Fundação Ezequiel Dias (FUNED) em Belo Horizonte, para realização dos exames que confirmarão ou não tratar-se da Febre Amarela, a Redação entrou em contato com a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Leopoldina e com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), solicitando esclarecimentos a respeito do tema.

Em tempo, na matéria inicial foi informado que, mesmo sem a confirmação de que a causa da morte dos primatas tenha sido por Febre Amarela, a Secretaria Municipal de Saúde realizou preventivamente o Bloqueio naquela região, feito pela equipe de endemias.“Fizemos o Bloqueio em uma área mais abrangente, fora do entorno que deveria ser feito, ou seja, fizemos em todo o distrito”, esclareceu Lúcia Gama.

Nesta segunda-feira, 27 de novembro, a Secretaria de Estado de Saúde e a Gerência Regional de Saúde de Leopoldina encaminharam a seguinte Nota à Redação:

Nota sobre Febre Amarela

A Febre Amarela, no Brasil, apresenta uma ocorrência endêmica, principalmente na região amazônica. Fora da região amazônica, surtos da doença são registrados esporadicamente quando o vírus encontra uma população de susceptíveis (pessoas não vacinadas).

A ocorrência de casos humanos tem sido compatível com o período sazonal da doença (dezembro a maio). Entretanto, foram observadas epizootias em primatas não humanos (PNH) em períodos considerados de baixa ocorrência, um indicativo de que as condições para transmissão da febre amarela estão favoráveis e que são necessários esforços adicionais para as ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

De janeiro a novembro deste ano (24/11/2017), a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu 50 notificações de epizootias (mortes de macacos) dos municípios pertencentes à Regional de Saúde de Leopoldina. Dessas, foram confirmados três mortes de primatas por Febre Amarela. A saber: um caso nas redondezas do bairro Três Cruzes em Leopoldina (janeiro de 2017) e dois casos na zona rural de Além Paraíba (julho de 2017).

As recentes notificações feitas pelo município de Leopoldina foram:

25/10/2017 – Localidade: divisa dos municípios de Leopoldina/Além Paraíba; Primatas acometidos: 03, Primatas em condições de coleta: 01; Resultado laboratorial: animal/amostra em análise. A investigação inicial deste caso foi realizada pelo município de Leopoldina, porém, como a localidade não pertence à Leopoldina o caso foi notificado por Além Paraíba.

08/11/2017 – Localidade: Serra da Vileta; Primatas acometidos: 02, Primatas em condições de coleta: 0; Este caso será excluído do sistema pois, apesar dos relatos dos moradores, não foram encontrados corpos ou carcaças de primatas.

13/11/2017 – Localidade: zona rural do distrito de Tebas; Primatas acometidos: 03, Primatas em condições de coleta: 01; Resultado laboratorial: animal/amostra em análise.

14/11/2017 – Localidade: zona rural do distrito de Tebas; Primatas acometidos: 03, Primatas em condições de coleta: 01; Resultado laboratorial: animal/amostra em análise.

Todos os animais recolhidos foram encaminhados inteiros ao Laboratório de Zoonoses do município de Belo Horizonte. Os técnicos desse laboratório realizam a coleta de vísceras (especialmente fígado) para posterior análise pelo Laboratório Central do Estado de Minas Gerais (Fundação Ezequiel Dias – FUNED). Destacamos que por critérios técnicos apenas as amostras viáveis são colhidas e encaminhadas à FUNED. Esclarecemos que o fígado é um órgão bastante sensível e se deteriora antes mesmo do animal apresentar sinais de decomposição. Tendo em vista que o rápido processamento das amostras depende, dentre outros, da demanda recebida pelo laboratório, não podemos prever uma data para a liberação dos resultados.

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, com o apoio de sua unidade regional em Leopoldina, têm prestado apoio a todos os municípios da região no que tange à prevenção e controle da Febre Amarela.

As ações de prevenção e controle contra a Febre Amarela devem ser desencadeadas nos municípios afetados mesmo sem confirmação laboratorial, dentre as ações desenvolvidas nas localidades destacaram-se a vacinação casa a casa, intensificação da vigilância de epizootias de primatas não humanos, pesquisa entomológica e vigilância laboratorial das síndromes febris icterohemorrágicas (SFIHA).

Fonte: O VIGILANTE ONLINE

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