Vacinação contra febre aftosa deve ser realizada de 1º a 31 de maio
REGIÃO
Publicado em 20/04/2016

 

No dia 1º de maio começa na maioria dos estados brasileiros a campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa. Nesta primeira etapa, que vai até o dia 31, devem ser vacinados os bovinos e bubalinos de todas as idades. O produtor que descumprir a determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) será autuado pelo órgão estadual de fiscalização e pagará multa.

Em Minas Gerais, esta responsabilidade compete ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A multa para quem deixar de vacinar o rebanho no prazo será de R$ 75,25 por animal e a não comprovação da vacinação até o dia 10 de junho implicará no pagamento de R$ 15,05 por cabeça. Em 2015, o IMA registrou índices de comprovação da vacinação contra a febre aftosa acima de 96% nas duas etapas. Para este ano, a estimativa é que mais de 97% do rebanho do estado seja vacinado.

Consequências A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda, provocada por vírus, que causa febre e vesículas (aftas) na boca e pés de animais de casco fendido. Além dos prejuízos ocasionados pela diminuição da produção de leite, perda de peso e por se tornarem animais inapropriados para reprodução, o principal deles, aponta Altino Rodrigues Neto, superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), é comercial. “As fortes barreiras colocadas no comércio, tanto interno quanto externo, para a entrada de produtos e animais oriundos de estados com a doença gera efeitos negativos sobre a pecuária e toda a economia do país, com graves consequências sociais”, afirma Neto, diretor geral do IMA entre 2003 e 2014.

De acordo com o fiscal agropecuário do IMA Natanael Lamas Dias, o último registro de febre aftosa ocorreu em maio de 1996 e o estado possui o reconhecimento de zona livre com vacinação desde 2001. “Essa condição favorece o agronegócio, o acesso a mercados internacionais e contribui de forma destacada para o PIB mineiro”, enumera. 

No entanto, Dias chama a atenção para a importância das ações preventivas uma vez que, por ser uma doença viral altamente transmissível, a febre aftosa pode se espalhar rapidamente. “Podemos concluir que se fosse detectado algum caso positivo de febre aftosa os prejuízos seriam incalculáveis. Isso porque uma única ocorrência já seria suficiente para desencadear uma ‘operação de guerra’ dentro de Minas Gerais, envolvendo órgãos de diversas áreas dos governos Federal e Estadual”, alerta.

Nesta situação hipotética, a primeira providência seria a comunicação do fato ao MAPA que, por sua vez, repassaria a informação à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Na sequência, seria suspenso para o estado o status de área livre de febre aftosa com vacinação. De forma imediata, todos os bovinos contaminados e os demais, doentes ou não, em propriedades num raio de 3 km da área contaminada deveriam ser abatidos e enterrados em valas, abertas com base em orientações passadas pelos órgãos de meio ambiente.

Paralelamente, seria necessário fazer o atendimento às propriedades vizinhas ao foco da doença num raio de 7 km, com inspeção de todos os animais susceptíveis por meio da realização de exames de boca e pata. Por fim, seria preciso instalar barreiras sanitárias e controlar o trânsito de animais, pessoas, produtos e subprodutos, assim como realizar a desinfecção dos veículos num raio de 25 km. 

Prevenção
 Para que o Brasil permaneça na condição de país livre da doença, o MAPA, por meio da Instrução Normativa 44/2007, desenvolveu o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. O programa tem como objetivos a erradicação da doença em todo o território nacional e a sustentação dessa condição sanitária por meio da implantação de um sistema apoiado na manutenção das estruturas do serviço veterinário oficial e na participação da comunidade. Sua execução é fundamentada em critérios científicos e nas diretrizes internacionais de luta contra a doença, com responsabilidades compartilhadas entre os setores públicos e privados.

Para Antônio Cândido Cerqueira Leite, analista da Embrapa Gado de Leite, o produtor tem um papel de extrema importância no programa. “É preciso que haja mais conscientização por parte dos produtores”, enfatiza. De acordo com ele, para que as medidas preventivas sejam exitosas é imprescindível capacitar a mão de obra. “Quando a mão de obra é treinada, é possível desenvolver um manejo preventivo de doenças mais efetivo nos rebanhos. Além disso, conseguimos aumentar os cuidados com as próprias vacinas na medida em que começa a existir uma preocupação maior com relação à temperatura adequada para o seu armazenamento e com o fato de que as seringas e agulhas precisam estar em condições ideais para utilização”, exemplifica.

A segunda etapa da campanha contra a febre aftosa ocorre no mês de novembro, quando devem ser vacinados todos os animais com até 24 meses de idade.

Fonte: Jornal Hoje em dia

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