Propriedade rural em Leopoldina participa de pesquisa da Embrapa Gado de Leite
LEOPOLDINA
Publicado em 27/02/2018

 

Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora, estiveram no último sábado (17), no Sítio Boa Esperança em Leopoldina, do proprietário rural Djanir Baquero, colaborador do Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite e Duplo Propósito (PNMGuL), coordenado pela Embrapa em parceria com o Centro Brasileiro de Melhoramento Genético do Guzerá (CBMG²) e a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).

Frank Angelo Tomita Bruneli (foto), médico veterinário e pesquisador na área de genética e melhoramento animal e Ernando Ferreira Motta, técnico do Laboratório de Cromatografia da Embrapa Gado de Leite, realizaram colheita de dados e amostras de leite e sangue das vacas Guzerá pertencentes ao rebanho, e que serão posteriormente analisadas em projetos científicos conjuntos que investigam a variação genética na qualidade do leite de vacas Guzerá e Gir.“Todos os membros da equipe estão unindo esforços de colher informações e amostras biológicas para vários projetos de pesquisa em andamento na Instituição,otimizando a visita aos rebanhos e o manejo com os animais”, explicou Frank Angelo, que já esteve em Leopoldina e região no ano passado, visitando outros rebanhos.

Segundo o pesquisador e atual coordenador do PNMGuL, um dos projetos envolve a colheita de amostras para análise do perfil de ácidos graxos no leite de vacas das raças Guzerá e Gir – uma informação importante que pode vir a ser utilizada nos programas de melhoramento dessas raças visando à produção de leite naturalmente enriquecido em compostos benéficos à saúde humana. Além disso, os pesquisadores colhem amostras de leite para outros dois projetos de pesquisa: um coordenado pela médica veterinária e pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, a dra. Glaucyana Gouvea dos Santos,e outro coordenado pela também médica veterinária e pesquisadora da mesma instituição, a dra. Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto.

De acordo com o zootecnista e pesquisador dr. Marco Antonio Sundfeld da Gama, coordenador do projeto de perfil de ácidos graxos,“tratam-se de moléculas presentes na gordura, cerca de 400 tipos diferentes já identificados, do leite de ruminantes como vacas, cabras e ovelhas. Alguns desses ácidos graxos são de particular interesse, devido às evidências científicas crescentes de que estes compostos exercem efeitos positivos à saúde humana– ao contrário do que se pensa da gordura de origem animal”.

“O enriquecimento do leite pode ser realizado pela adição do composto de interesse diretamente ao produto final (um processo conhecido como fortificação, realizado pela indústria). Alternativamente, o leite enriquecido pode ser obtido pela manipulação da dieta dos animais (estratégias nutricionais) e pela seleção e cruzamento de animais geneticamente superiores (melhoramento genético), um processo denominado biofortificação, realizado na fazenda”, esclareceu Marco Gama.

Já a dra. Glaucyana Santos, vem estudando em seu projeto os aspectos relacionados à mastite e os métodos indicadores da saúde da glândula mamária, por exemplo, a contagem de células somáticas (CCS) e a contagem total de bactérias (CTB) feitas no leite dos animais, para fins de melhoramento genético do rebanho. A mastite, como é conhecido o processo inflamatório do úbere da vaca, traz sérios prejuízos ao rebanho, incluindo perdas econômicas na produção de leite e descarte precoce dos animais afetados.

Estes projetos recebem aporte financeiro da FAPEMIG e integram um projeto mais amplo, financiado pela Embrapa e coordenado pela Dra. Maria Gabriela Peixoto, que vem investigando novas características (fenótipos) para incorporação nos programas de melhoramento genético. A equipe do projeto, que é composta também por pesquisadores de órgãos estaduais de pesquisa agropecuária, como Emepa, Emparn e IZ, vem realizando as colheitas de amostras em rebanhos do estado de Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo e Espírito Santo. 

O produtor rural Djanir Baquero revelou que busca o melhoramento genético da raça Guzerá em sua propriedade. “Receber os pesquisadores da Embrapa é uma honra e uma satisfação para nós. Essa parceria entre produtor e órgãos de pesquisa é muito importante”, comentou Djanir.



 

Fonte: O Vigilante

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