Polícia Civil apura estupro de paciente no Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora
01/03/2018 07:41 em REGIÃO

 

 

A Polícia Civil investiga o caso de estupro de uma paciente de 29 anos, que tem distúrbios mentais, dentro do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Juiz de Fora. Um homem de 32 anos, que também estava internado na ala psiquiátrica, foi preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável.

A Secretaria de Saúde da Prefeitura, que é responsável pela unidade, informou que está tomando todas as providências para apurar o caso. Disse que um processo administrativo foi instaurado para apurar as condições em que ocorreu o fato e que a Guarda Municipal atende o HPS. G1 entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Segurança e Cidadania (Sesuc) e aguarda retorno

De acordo com a ocorrência da Polícia Militar (PM), o abuso foi dentro do banheiro do quarto feminino da ala psiquiátrica da unidade, na noite do último sábado (24). O Registro de Evento de Defesa Social (Reds) qualificado como "outras infrações contra a dignidade sexual e a família" foi feito no domingo (25), mas só foi encaminhado ao G1 após pedido da reportagem, na manhã desta quarta-feira (28).

Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a PM foi acionada pela responsável pela ala psiquiátrica assim que soube do crime na troca de turnos. A funcionária do hospital relatou que conversou com a vítima e a jovem relatou o que ocorreu com "riqueza de detalhes". Ela passou por exames e foi medicada.

O suspeito disse que a vítima "teria se dissimulado para ele" em data anterior, mas negou o crime. Ele foi detido pela PM e encaminhado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil em Santa Terezinha.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, o homem teve o flagrante ratificado por estupro de vulnerável, como previsto no parágrafo 1º da lei 2.848 de 1940: "Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência".

 
 
Delegada Ângela Fellet acompanha o caso e disse que suspeito é presidiário (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)Delegada Ângela Fellet acompanha o caso e disse que suspeito é presidiário (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)

Delegada Ângela Fellet acompanha o caso e disse que suspeito é presidiário (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)

Ele foi encaminhado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora e o caso é investigado pela delegada Ângela Fellet, da Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Ela disse ao G1 e ao MGTV que o laudo médico confirmou conjunção carnal para a vítima e que os dois foram flagrados por outras pessoas dentro do banheiro e então o suspeito foi contido.

"Ele esteve internado em Barbacena e deu entrada no hospital na sexta (23) na área psiquiátrica. O autor alega êuimica, mas sabemos que ele possui outros problemas psiquiátricos. Ele conseguiu invadir a ala feminina, arrastou a vítima até o banheiro do quarto e manteve conjunção carnal. Ele foi contido e sedado pelos funcionários do HPS", explicou a delegada.

Após o registro do caso e flagrante do homem confirmado, Ângela Fellet esclareceu os procedimentos que faltam para o encerramento do inquérito.

"As equipes optaram pelo atendimento médico à vítima e só então chamaram a Polícia Militar para registar o crime. Ele negou, mas temos testemunhas e a vítima contou com riqueza de detalhes o que houve. Vamos ouvir quem ainda não prestou depoimento e solicitamos ao HPS o prontuário médico da vítima", afirmou.

Fellet disse que o homem deve ser indiciado por estupro de vulnerável, que tem como pena de oito a 15 anos de reclusão. "Em caso de condenação, o que pode acontecer é ser feito um exame de sanidade mental, que já foi feito uma vez. Se der que, naquele momento, ele não estava ciente, pode ser condenado a uma medida de segurança com cumprimento em um hospital psiquiátrico", analisou.

 

 

Prefeitura se manifestou

 

Em nota, a Secretaria de Saúde, que é responsável pela unidade, informou que está tomando todas as providências para apurar o caso.

“Assim que a direção do Hospital de Pronto Socorro (HPS) foi informada, acionou a Polícia Militar e encaminhou a paciente para o Protocolo de Atendimento ao Risco Ocupacional e Sexual (Parbos), que funciona na mesma unidade de saúde, para que ela recebesse todo apoio indicado nestes casos imediatamente”, diz o texto.

A Prefeitura também informou que um processo administrativo foi instaurado para apurar as condições em que ocorreu o fato e as responsabilidades, para que medidas cabíveis possam ser tomadas.

Por fim, a SS disse que as alas feminina e masculina do Serviço de Urgência Psiquiátrica (SUP) são separadas, que o portão é guardado por um porteiro e que a guarda municipal atende o HPS 24 horas por dia.

G1 questionou sobre a segurança dos pacientes e o fato do caso - que ocorreu na noite de sábado (24) - ter sido registrado na manhã de domingo (25). A Secretaria de Saúde ressaltou que "as respostas a estes questionamentos certamente aparecerão com o andamento dos trabalhos de apuração do ocorrido de acordo com a gravidade do caso".

 

Fonte: Zona da Mata

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