De acordo com o juiz Paulo Tristão, que presidiu a sessão, o Ministério Público (MP) e a Defensoria Pública pediram a absolvição da jovem sob alegação de que ela agiu em legítima defesa. As provas apresentadas foram consideradas suficientes pelos jurados para que ela não fosse condenada.

O julgamento teve duração de aproximadamente seis horas e, segundo o juiz, ficou evidenciado que o disparo que matou o policial partiu da arma que estava com a jovem. No entanto, o relacionamento conturbado e as provas apresentadas embasaram a decisão pela legítima defesa.

A jovem deve ser liberada ainda nesta quarta-feira da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde está presa desde o dia 9 de janeiro de 2018, quando se entregou na Delegacia de Polícia Civil em Santa Terezinha na presença do advogado. Na ocasião, fez uso do direito constitucional de permanecer em silêncio e vindo a se pronunciar apenas na frente do juiz.

No inquérito apresentado pelo delegado Rodrigo Rolli, da Delegacia Especializada de Homicídios, ele descartou a hipóstese de que a jovem tenha praticado o ato em legítima defesa.

"Nossa investigação aponta para uma execução e não legítima defesa, tendo em vista que a vítima foi alvejada por três disparos, sendo um deles na parte de cima da cabeça. Além disso, também foram ouvidas diversas testemunhas, que declararam ter ouvido pedido de socorro da vítima antes do terceiro tiro", explicou o delegado.

Em novembro de 2017, o delegado pediu a prisão da jovem, à época suspeita de ter ter assassinado o ex-companheiro.

O crime ocorreu durante uma discussão entre o ex-policial e a jovem em um estabelecimento no Bairro Grajaú. O homem foi atingido pelos disparos na cabeça e no abdômen. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local, socorreu a vítima e a levou para o Hospital de Pronto Socorro (HPS).