Alunos e professores da UEMG promovem ato público em Leopoldina
LEOPOLDINA
Publicado em 25/05/2018

 

Professores e alunos da Unidade da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em Leopoldina, promoveram no final da tarde desta quarta-feira (23), um ato público na Praça Félix Martins. De acordo com as informações, a instituição suspendeu suas atividades por dois dias, nesta quarta e quinta-feira (24), devido ao estado precário das várias Unidades em Minas Gerais. 

Em entrevista concedida ao Jornal O Vigilante, o diretor da Unidade da UEMG em Leopoldina, Professor Doutor Rodrigo Fialho (foto abaixo), esclareceu que foram programadas manifestações em praticamente todas as Unidades da UEMG no estado. “Por enquanto nós estamos fazendo uma manifestação em solidariedade às Unidades estadualizadas que têm as empresas terceirizadas que prestam serviços, que tiveram seus funcionários demitidos na semana passada. Outras unidades da UEMG não estão com o aluguel em dia, estão sem energia elétrica e sem água por falta de pagamento. Nós, que em Leopoldina temos um termo de cessão de uso com a Escola Estadual Sebastião Silva Coutinho, ainda temos energia elétrica e água, mas estamos sem telefone, sem correio desde fevereiro, com condições mínimas de trabalho”, informou o diretor, destacando que a Reitoria se empenhou para poder resolver esse problema desde sempre. “Por conta de uma inércia dos órgãos competentes das Secretarias do Governo do Estado de Minas nós não somos recebidos, nós não recebemos atenção e a Universidade está devendo, por conta da falta de repasses do Governo do Estado”, explicou. 


Rodrigo destacou que, se não ocorrer uma suplementação orçamentária a partir de julho a unidade em Leopoldina e toda a UEMG não terão condições de se sustentarem. “Além disso, o Estado deve repassar os recursos para a UEMG quitar sua dívida, ainda tem que suplementar a previsão orçamentária para 2018 para continuarmos a trabalhar, senão não teremos condições”, acrescentou. 

O diretor lamentou a falta de diálogo do Governo: “Nós fomos no Conselho Universitário na quinta-feira passada, fizemos uma moção de repúdio e levamos à SEPLAG e conversamos com o Chefe de Gabinete do Secretário Helvécio Magalhães, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), e entregamos a moção de repúdio e até agora ele não se pronunciou. Além dessa inércia por falta de vontade política diante dessa crise orçamentária não têm uma preocupação de darem uma satisfação pra gente”, lamentou Rodrigo Fialho. 

A situação da UEMG pode levar a Universidade a paralisar suas atividades por prazo indeterminado a partir de julho, até que o Governo providencie a suplementação orçamentária e pague o que deve, para que as Unidades possam ficar em dia com seus fornecedores. 

“Cerca de 300 funcionários de empresas terceirizadas de unidades estadualizadas da UEMG receberam o aviso prévio na semana retrasada, então alguns saíram esta semana e outros sairão na próxima semana. Para estas estadualizadas o governo repassa para poder manter as empresas terceirizadas de limpeza e manutenção. A UEMG trabalha nesse processo de estadualização com ensino, pesquisa e extensão. Como o Estado não está repassando para a UEMG passar para as terceirizadas, elas estão demitindo”, revelou o diretor, citando alguns exemplos: “Na Unidade de Carangola, onde existem 10 cursos, não tem ninguém para limpar ou dar manutenção; em Passos o  laboratório de Medicina também está inoperante; o Campus de Ubá está sem energia elétrica, a FAE de Belo Horizonte recebeu aviso de despejo, então a situação hoje da UEMG é caótica.”  Rodrigo registrou que a Reitoria tem se empenhado nas tratativas de negociação, mas o estado se mostra ineficiente nesse sentido. 


“A mobilização no Centro da idade foi programada pelos alunos da UEMG Leopoldina que se prontificaram a aderir e promover o movimento” observou Fialho, considerando que eles são peças fundamentais nessa engrenagem. “A intenção do ato é esclarecer a opinião pública e mostrar a nossa indignação também por conta da falta de compromisso do Estado de Minas com a UEMG”, afirmou o diretor, argumentando que “a Unidade de Leopoldina tem uma participação ativa, na medida que a gente entende que a Universidade não é dividida por Unidades, nós somos uma Universidade só. Então nós temos que nos unir, porque se hoje nós temos problemas nas estadualizadas, esses problemas vão chegar até Leopoldina. A gente precisa fazer a Universidade de fato ser um espaço de debate, de diálogo, principalmente político, e a gente não está tendo este espaço junto ao Governo do Estado, que mantém a UEMG”, concluiu. 

Para a estudante Natália Maria da Cruz Ferreira (foto abaixo), do 7º Período de Pedagogia da Unidade de Leopoldina, a mobilização também pretende conscientizar os alunos e a comunidade local, para trazer à tona a situação atual da UEMG, que coloca em risco o curso, a graduação. “É importante que as pessoas fiquem atentas e apóiem a instituição”, declarou. 


A UEMG possui 17 unidades em Minas, com 1.600 professores, 1.200 técnicos e 20 mil estudantes, segundo a Associação dos Docentes da UEMG (ADUEMG).


No site da UEMG, foi publicada uma nota confirmando que "A Universidade do Estado de Minas Gerais tem vivido uma situação econômica séria, que se agravou nos últimos tempos. Temos um orçamento para 2018 que já foi aprovado com cortes em relação ao do ano anterior, além de ter sofrido contingenciamentos, sendo insuficiente para cobrir todos os custos da instituição neste ano", publicou. 

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, negou em seu site que a UEMG esteja vivendo um caos e que corre o risco de fechar. Segundo a Subsecretaria de Ensino Superior uma reunião foi realizada nesta quarta com todos os Presidentes das Fundações Estadualizadas para para encontrar soluções que serão levadas ao governo. 

 

Fonte: O Vigilante

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