Leopoldina registra manifestações da população em favor dos caminhoneiros
LEOPOLDINA
Publicado em 27/05/2018

 


Uma carreata marcada para o final da tarde desta sexta-feira (25) percorreu as ruas centrais de Leopoldina e seguiu em direção ao Posto de Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, na BR-116, onde estão concentrados os caminhoneiros em greve. Automóveis, além de motociclistas e ciclistas participaram da manifestação em apoio à greve, que ocorre em todo o país desde a última segunda-feira (21). O anúncio de acordo divulgado pelo Governo Federal com entidades que representam caminhoneiros, na noite de quinta-feira, não foi suficiente para encerrar o movimento da categoria. Em Minas Gerais, a paralisação atingiu o maior número de pontos de bloqueio de caminhões nas estradas desde o início do movimento.

Falta de combustíveis obriga setores locais a alterarem sua rotina

Nesta sexta-feira (25), quinto dia do movimento de paralisação promovido pelos caminhoneiros em praticamente todo país, as empresas de transporte de passageiros de Leopoldina anunciaram medidas emergenciais para enfrentarem a falta de óleo diesel, o que contribuirá para a continuidade dos serviços. A Leopoldina Turismo, empresa responsável pelo transporte de passageiros entre Leopoldina e as localidades de Piacatuba, Ribeiro Junqueira, Vista Alegre e São Martinho, divulgou um comunicado informando aos usuários dos seus ônibus que haveria reduções nos horários durante o período de greve dos caminhoneiros. Concessionária do serviço de transporte de passageiros na área urbana de Leopoldina, a Viação Leopoldinense também divulgou tabelas com novos horários de suas linhas, visando manter a circulação dos ônibus nos horários de pico e reduzi-la (a circulação), nos horários de menor movimento. Na quinta-feira (24), a Prefeitura de Leopoldina já havia informado que se o problema de abastecimento dos combustíveis na cidade não fosse solucionado, a partir da segunda-feira (28) a circulação de veículos de sua frota própria será interrompida em sua totalidade.

Solidariedade 

Na manhã da quinta-feira (24), vários caminhoneiros que estão com seus veículos parados em Leopoldina devido à greve da categoria, dirigiram-se ao Posto Avançado de Coleta Externa (PACE Hemominas), localizado ao lado da Casa de Caridade Leopoldinense, onde participaram da doação de sangue. De acordo com as informações obtidas pela reportagem, os caminhoneiros foram procurados por colaboradores do PACE e 11 deles aceitaram o convite para doarem sangue nesta quinta-feira. As doações aconteceram por volta das 10h00, e foram recebidas como um gesto de solidariedade e boa vontade dos profissionais do volante.

Segundo um caminhoneiro de Leopoldina, assim que retornaram ao local de concentração da categoria, todos que doaram sangue pediram aos companheiros para que também fizessem a doação. O apelo despertou o interesse em mais de 70 caminhoneiros, que pretendiam fazer a doação nesta sexta, entretanto, devido à coleta de sangue ser feita somente às quintas-feiras, não foi possível concretizar o ato. 


Sem interferência político-partidária 

Uma faixa pedindo a intervenção militar, colocada no trecho de concentração dos caminhoneiros em Leopoldina, provocou o descontentamento de muitas pessoas que apoiavam o movimento. Conforme apurou a reportagem, a faixa foi retirada porque a maioria dos participantes do ato em protesto contra os altos preços do óleo diesel não concorda que o movimento tenha qualquer conotação política. "A faixa foi retirada, em respeito às instituições e principalmente, ao conjunto da população brasileira. Nossa reivindicação é realmente a redução dos preços do óleo diesel e os valores cobrados nas praças de pedágio”, declarou um caminhoneiro. Outro motorista assegurou que em Leopoldina e em outros piquetes, o direito de ir e vir está sendo preservado. Os motoristas estão muito agradecidos pelo apoio da população e de empresas que estão ajudando a todos da melhor maneira possível.

No sexto dia de paralisação dos caminhoneiros, após o Presidente Michel Temer ter autorizado a atuação das Forças Armadas para liberarem as rodovias bloqueadas pelos grevistas, duas reuniões em Brasília, uma às 09h00 e outra às 17h00, serão realizadas para discutir o movimento grevista. O grupo de trabalho, composto por órgãos que fazem parte do monitoramento da crise, incluindo os ministros da Saúde, Agricultura, Segurança Pública, Defesa e Transportes, pretende assessorar o Presidente da República na tomada de medidas necessárias.

 

Fonte: O Vigilante

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